Brasileira de Boca Raton (FL) contrai variante delta e faz alerta sobre a vacinação

Por Arlaine Castro

Carol Turco contraiu a variante delta e atribui à vacinação sua melhora.

"A pior experiência da minha vida. Que o meu caso sirva de exemplo para pessoas que não querem se vacinar", alerta a empreendedora brasileira Carol Turco, que contraiu a variante delta do coronavírus e mesmo vacinada, teve fortes sintomas.

Bastante preocupada com a intensidade da doença, apesar de vacinada com as duas doses e já tendo sido acometida pela covid-19 no início deste ano, Turco destacou como a segunda vez veio bem mais forte e que a vacina realmente a ajudou.

Em conversa com o Gazeta News nesta segunda-feira, 9, ela conta que médicos e enfermeiros disseram que 99% das pessoas que estão internadas não tomaram a vacina. "Então eu acredito que se eu não tivesse tomado, podia ter sido muito pior."

Na sexta-feira, com a voz bem rouca e ofegante, pouco antes de ir para o hospital por recomendação médica, ela fez um vídeo dizendo como estava assustada, com muito medo e que a doença não é brincadeira.

"Vim fazer esse vídeo para todas as pessoas que acham que o vírus não vai pegá-las e que não querem vacinar. Eu já tive covid e também tomei as duas doses da vacina Pfizer em abril, e mesmo assim, com todo o cuidado, eu peguei a variante delta e tá sendo a pior experiência da minha vida. Tô com muita dificuldade para respirar, passei a noite toda com febre muito alta. Isso não é brincadeira, pelo amor de Deus, se cuidem. Eu só estou aqui ainda e sem estar hospitalizada porque eu tomei a vacina, porque senão, eu seria mais um número na UTI", relata.

Hospital

Ela precisou ir para o hospital, onde fez os exames e recebeu o tratamento adequado. Já se sentindo melhor e de volta em casa após algumas horas, Turco gravou outro vídeo esclarecendo e ressaltando a gravidade da doença para quem não vacinou.

"Estou 50% melhor, naquele dia eu tive uma consulta on-line com o médico que me mandou ir para o hospital. Ele fez os pedidos de exames e quando cheguei lá fiz vários. Eu estava com muita falta de ar, a pressão estava bem baixa. Recebi oxigênio e o tratamento necessário por algumas horas. Não precisei passar a noite no hospital e vim para casa, graças a Deus. Foi um susto para mim porque eu não achei que ia pegar o vírus de novo, pelo menos não dessa maneira, depois de ter tomado a vacina. Acho que é isso que assusta porque cada pessoa tem uma reação. Tem gente que tem sintoma, tem gente que não tem. Eu estava bem até a noite anterior, estava sentindo os sintomas, mas as coisas mudaram muito rápido com febre alta, falta de ar, muita tosse e sensação de morte realmente que eu tive. Fiquei com muito medo. Nunca fiquei tão feliz na vida por poder estar respirando", destaca.

Como sabe que é a variante delta?

"Como eu já tive COVID em janeiro/fevereiro e também tomei as 2 vacinas entre março e abril, meus médicos me disseram que seria impossível eu ter me reinfectado com a mesma variante, pois já tinha anticorpos que foram provados em exame antes de me vacinar. Também através dos sintomas, que de acordo com os médicos da emergência são mais parecidos com os da variante delta. Também um teste que mostrou a carga viral muito acima da COVID “normal”, explicou.

99% de não-vacinados

"Conversei com médicos e enfermeiros no hospital e eles disseram que a maioria das mortes que está acontecendo é porque a pessoa chega no hospital com quadro dos sintomas já graves. Não é preciso esperar muito para ir para o hospital. Outra coisa que disseram é que 99% das pessoas que estão internadas não tomaram a vacina. Então eu acredito que se eu não tivesse tomado, podia ter sido muito pior."

Flórida em números

No domingo, as hospitalizações continuaram com um aumento no nível estadual, de acordo com números do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA.

Os 13.793 novos pacientes com coronavírus em 251 hospitais na atualização do HHS de domingo representaram um aumento relativamente pequeno dos 13.747 relatados no sábado. Igualmente pequeno foi o aumento de leitos em unidades de terapia intensiva usados para pacientes com COVID-19 de 2.750 para 2.767.

24,4% de todos os pacientes hospitalares da Flórida são classificados como pacientes COVID-19 - em comparação com 8,7% nacionalmente. Quanto aos leitos de UTI, 43,8% deles são ocupados por pacientes da COVID-19 na Flórida. Nacionalmente, esse número é de 19,4%.

Os Centros de Controle de Doenças continuaram relatando os níveis de "nível de transmissão da comunidade" em cada condado da Flórida como "alto".

49,6% da população (10,7 milhões de habitantes) da Flórida está totalmente vacinada, segundo dados do Our World in data nesta segunda-feira, 9.