Atirador de Parkland (FL) não pode ser chamado de "animal" durante julgamento

Por Arlaine Castro

nikolas cruz

Promotores e testemunhas do julgamento do atirador da escola de Parkland, Nikolas Cruz, não terão permissão para usar palavras depreciativas para se referir ao réu, de acordo com uma decisão da juíza do condado de Broward, Elizabeth Scherer.

Ficam proibidos o uso de termos como "animal" ou "aquela coisa" durante o julgamento de Cruz, que enfrenta 34 acusações de homicídio premeditado e tentativa de homicídio pelo tiroteio de fevereiro de 2018 na Marjory Stoneman Douglas High School, que deixou 17 pessoas mortas.

No entanto, não seria viável, entendeu a juíza, criar "uma lista exaustiva de palavras" que não deveria ser usada, como pediram os advogados de defesa, entre elas "atirador escolar" e "assassino". Para a juíza, estas não são depreciativas, mas "palavras ou termos normais que podem ser usados para descrever fatos específicos. "

Esse pensamento também se aplica a palavras que fazem referência ao próprio tiroteio, disse Scherer, como "massacre", que descreve uma "circunstância particular" e não é, "por si só", uma palavra depreciativa.

Todavia, se necessário, os advogados poderão contestar durante o julgamento, e Scherer tratará dessas objeções no tribunal.

Os promotores estão buscando a pena de morte para Cruz, que já havia confessado o tiroteio na Marjory Stoneman Douglas High School, que gerou um movimento de protesto nacional massivo contra a violência armada em escolas americanas.

Ele se declarou inocente, mas seus advogados disseram que ele se declararia culpado em troca de uma sentença de prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional.

Advogados de defesa

Em uma audiência virtual, que Cruz atendeu por vídeo chamada na semana passada, a defensora pública assistente Melissa McNeill pediu que Cruz fosse referido apenas por seu nome ou "o réu", e que o tiroteio fosse referido apenas como "o incidente, o tiroteio em massa ou a tragédia."

Seria "impróprio referir-se ao acusado em termos depreciativos", argumentou McNeill, e não era necessário porque "a evidência fala por si mesma". Chamar Cruz de qualquer coisa diferente de seu nome seria "um ataque ao seu caráter e é desnecessário", disse McNeill.

Em resposta, a promotora estadual assistente Nicole Chiappone disse que não havia lei que impedisse o estado de referir-se a um réu como assassino em um julgamento de homicídio.

A data do julgamento ainda não foi definida. Com informações da CNN.