Brasileiro do sul da Flórida será extraditado para cumprir pena por estupro no Brasil

Por Arlaine Castro

Lucas Carvalho Rollo, 28 anos, foi condenado por estupro de vulnerável no Brasil e teve a extradição decretada.

Lucas Carvalho Rollo, 28 anos, foi condenado a 9 anos e 4 meses pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) por estupro de vulnerável, cometido há sete anos, na região de Vicente Pires. Morando no sul da Flórida, foi decretada sua extradição para o Brasil.

O acusado, que tem dupla nacionalidade, tornou-se soldado do Exército norte-americano no sul da Flórida pouco tempo depois do crime. O mandado de prisão contra Lucas foi expedido no DF, em agosto de 2017.

Ele é natural de Florianópolis (SC), mas tem cidadania americana por ser filho adotivo de uma brasileira com um homem nascido nos EUA.

Conforme consta no site oficial dos tribunais distritais dos EUA, o Processo de Extradição de Lucas Carvalho Rollo foi ajuizado em 29 de abril de 2020 e arquivado na Divisão de West Palm Beach do tribunal distrital dos Estados Unidos, no distrito sul da Flórida. O status do caso aparece como pendente.

Entenda o caso

Segundo a mãe da menina, em 2013, Lucas passou a viver na casa de uma familiar dos pais adotivos no Distrito Federal. Na residência de Vicente Pires (DF), convivia com a vítima, que era cuidada por uma tia, ocasião que ele atacou a garotinha. À época do crime, o rapaz tinha 20 anos e a menina 6.

A mãe diz ainda que ninguém desconfiava de nada. No começo, tudo parecia normal, entretanto, em 2 de fevereiro de 2014, um comportamento estranho da criança chamou a atenção do pai. A pequena contou que estava sangrando e queria tomar banho porque Lucas estava em cima dela e havia passado um gel nas suas partes íntimas.

O caso foi registrado na 38ª Delegacia de Polícia (Vicente Pires). Ao longo da investigação criminal, os peritos analisaram o short, a calcinha e a camiseta da vítima, além de um lençol do quarto. Os técnicos constataram nas amostras a presença de sangue, líquido seminal (parte do sêmen sem espermatozoides) e material genético de Lucas na criança.

Exame de corpo de delito concluiu que o hímen da menina não foi rompido. O rapaz chegou a ser preso por cerca de 8 meses, mas conseguiu habeas corpus para responder ao processo em liberdade. Advogada de Lucas à época, Cláudia Tereza informou que o cliente acabou absolvido em primeira instância pela 2ª Vara Criminal de Taguatinga. Assim, recuperou o passaporte e deixou o Brasil. Todavia, o Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) recorreu da decisão, e o acusado foi condenado em segunda instância, ainda em 2016.

Interpol

O caso foi dado como encerrado na Justiça e iniciou-se o processo de execução da pena. Em 1º de setembro de 2017, o TJDFT solicitou a inclusão do nome do soldado na lista de difusão vermelha da Interpol. Desde então, o rapaz era considerado foragido. Ele foi detido na Flórida em abril de 2020.

Segundo o jornal Metrópoles, que apurou e divulgou o caso, o Departamento de Estado dos EUA sugeriu ao Ministério da Justiça e Segurança Pública que, apesar do prazo de 60 dias, o governo brasileiro efetive a transferência de custódia de Rollo com “a brevidade possível”. O militar também constava como procurado na lista da Interpol.