Campanha busca ajuda para brasileira diagnosticada com câncer avançado em Miami

Por Arlaine Castro

A brasileira Kamylla Monteiro, 33 anos, foi diagnosticada com um câncer de cólon-retal estágio 4, com metástase nos ovários.

No final de 2021, a brasileira Kamylla Monteiro, 33 anos, teve uma surpresa nada boa quando passou mal e precisou fazer alguns exames. Infelizmente, o diagnóstico foi de um câncer de cólon-retal estágio 4, com metástase nos ovários.

Desde então, sua vida virou de cabeça para baixo. Logo após o feriado de Ação de Graças, Kamylla teve que ser levada ao Jackson Memorial Hospital em Miami com o abdômen bastante distendido. Foi quando recebeu a terrível notícia que uma pessoa da idade dela jamais pensa em receber - um câncer de 19 cm em estágio 4, já avançado, com metástase nos ovários.

Cirurgia e quimioterapia

Pelo fato de seu reto também ter sido estrangulado pelo tamanho do tumor, ela se submeteu à uma cirurgia de emergência no dia 8 de dezembro de 2021. O tumor foi retirado, bem como os ovários. Depois de 2 semanas se recuperando no hospital, ela iniciou o primeiro ciclo de quimioterapia que serão repetidas sessões pelos próximos meses.

"CHUTA QUE É CÂNCER! E não bastava ser um câncer qualquer, tinha que ser um daqueles "fodástico", em outras palavras: Câncer colorretal estágio 4 (avançado) com metástase", escreveu ela em seu perfil no Instagram.

Em entrevista ao Gazeta News, Kamylla explicou sobre o diagnóstico e o tratamento.

"O mais estranho no meu caso é que é muito raro nesse tipo de câncer a metástase ir para os ovários e isso nem os médicos sabem ainda como aconteceu. Porque, geralmente, o câncer se espalha para outros órgãos, como fígado, pâncreas, pulmão. Não existem estudos ainda de por que não 'metastisam' nos ovários. Vou fazer exames ainda com geneticista para saber como ele desenvolveu tão cedo, já que em 90% dos casos, as pessoas diagnosticadas com câncer cólon-retal têm a média de 50 anos. Se desenvolveu pela alimentação, agrotóxico e tudo o mais que influencia, ou se faço parte dos 10% que tem predisposição genética", detalhou.

Kamylla explicou que a quimioterapia que está recebendo é mais forte, devido à agressividade da doença. "Eu faço três quimios de uma vez, os médicos chamam de três em um porque o câncer já estava bem avançado. A estimativa é de 12 sessões desse tipo de quimio até que meu organismo reaja", conta.

Campanha

Como a família dela está no Brasil e não tem condições de vir para a Flórida ou ajudá-la muito financeiramente, e os custos do tratamento não são nada baratos, as amigas Camilla e Rafaela Rocha criaram a campanha no GofundMe.

"A família de Mylla se encontra em Recife e ela é tudo para sua mãe e suas irmãs mais velhas. Pela distância e valores do dólar, elas não poderão acompanhá-la fisicamente nessa longa e dura jornada. E os poucos amigos que fazemos nessa terra são os que nos restam. Nós contamos com vocês! Nós somos amigas da Mylla e estamos espalhando essa campanha para ajudar nossa amiga querida que desde dezembro travou uma batalha inimaginável com um câncer metastático de intestino", descrevem as amigas na campanha.

Kamylla tinha acabado de obter sua permissão para trabalhar nos Estados Unidos e segundo as amigas, estava muito animada em contribuir financeiramente, já que seu marido era o primeiro e único provedor em sua casa. Ela tinha começado a trabalhar quando descobriu a doença.

"Agora, ela e seu esposo Pavel passam por um momento super delicado e em meio a tantas incertezas. Como precisou ficar internada duas semanas, passou por cirurgia e iniciou sessões de quimioterapia, as contas de hospital, medicações, suprimentos médicos, alimentação, entre outras despesas, estão pesando para o casal", diz a campanha.

Apesar de ter seguro, Kamylla diz que nem todos os medicamentos consultas e exames são cobertos, e, mesmo pagando uma parte (copay), os valores ficam altos. "Só a parte do hospital, da cirurgia, foi $20 mil. Agora tem as 12 sessões de quimioterapia. Ainda não sabemos quanto tudo isso vai ficar", conta.

Ajudar outras pessoas

Com o diagnóstico, Kamylla disse que veio também a vontade de ajudar outras pessoas que também enfrentam câncer ou qualquer outra doença.

"Chegou a hora de por em prática um projeto lindo e espiritual que cresceu em meu coração no dia da minha cirurgia: AJUDAR OUTRAS PESSOAS A PASSAREM POR ISSO DA FORMA MAIS LEVE POSSÍVEL!

Vamos juntos, nós podemos, eu te prometo!", escreveu.
Ela diz que a ajuda será focada na parte da prevenção e instrução. "Eu mesma deixei de fazer exames de rotina em 2020 por causa da pandemia, mas a gente não deve se descuidar. Se eu tivesse feito checkup em 2021, talvez eu tivesse descoberto antes e seria um tratamento mais simples, curável. Segundo meus médicos, o câncer com metástase não tem cura. O que vai ser feito é dar mais qualidade de vida e tempo possível".

Por isso a prevenção é importante. "Vou focar no poder da prevenção para as outras pessoas. Tem que fazer exames de rotina sim, se cuidar sim. Não precisa ser tão pesado. É assustador, é agonizante sim. Mas tem como evitar e tratar o quanto antes", destaca.

A gente tem muitos problemas na vida e o câncer é só mais um. Quantas pessoas passam por problemas, brasileiros quando chegam aqui nos EUA mesmo e não têm nada, passam por aperto financeiro, mas depois de um tempo, olham para trás e veem que conseguiram superar a fase ruim. Minha vida hoje é baseada na gratidão. Antes eu reclamava tanto, tinha uma vida corrida, querendo tudo de forma rápida. O câncer veio para me pausar, para mostrar que a gente não tem controle de tudo na vida. Quem acha que tem, está errado. Para quem está passando por isso, o que eu posso dizer é: vai passar. Nenhuma dor vai ser eterna. A quimio, radioterapia, seja qual for seu tratamento, vai passar", analisa.

Para conhecer e entrar em contato com Kamylla, acesse o Instagram abaixo. Para ajudar na campanha, clique aqui.