"Ninguém me ama", diz menino adotado por casal, mas mantido trancado em garagem na FL

Mais um caso de violência e abuso infantil foi descoberto na Flórida. Desta vez, um adolescente de 13 anos de idade de Jupiter, no sul do estado, que viveu por anos trancado na garagem da casa da família pela qual foi adotado.

Ele contou à polícia que era submetido a abuso físico e emocional e fugiu porque "sentiu que ninguém o amava".

Forçado a viver em uma pequena estrutura na garagem da casa desde o final de 2017, o adolescente estava sob os cuidados de seus pais adotivos, Tracy e Timothy Ferriter, ambos de 46 anos. Ele disse que sofria agressões físicas e psicológicas e era obrigado a fazer suas necessidades fisiológicas em um balde.

De acordo com documentos, Tracy relatou o desaparecimento de seu filho em 28 de janeiro. No dia 30, policiais foram até a casa para procurar pistas sobre o paradeiro do garoto.

Ao revistarem a casa, encontraram um balde, um colchão e uma câmera na garagem. O local mede 8x8, tinha uma maçaneta e um trinco que travava apenas pelo lado de fora e um interruptor de luz do lado de fora.

Questionada sobre o uso daquela estrutura, a mulher não soube explicar. Primeiro disse à polícia que era usada como escritório, depois como depósito e, finalmente, que era uma sala às vezes utilizada por todos os seus filhos.

De acordo com a polícia, o menino tinha fugido de casa e foi encontrado na Independence Middle School, onde estuda, um dia depois. Ele podia frequentar a escola pela manhã, mas pelo resto do dia era mantido trancado no local.

Abusos e agressões

Ele disse que às vezes era mantido dentro dessa estrutura por 18 horas, forçado a usar o banheiro em um balde e limpá-lo sozinho.

O adolescente detalhou o abuso físico, incluindo surras e ser atingido com um cinto e uma corda de pular. Ele disse que também foi cuspido em várias ocasiões diferentes. Ele chegou a implorar à polícia que o levasse para a prisão porque ele não queria ir para casa.

Os outros filhos do casal confirmaram muitos detalhes e, depois de executar um mandado de busca pela câmera dentro da estrutura, os investigadores conseguiram corroborar grande parte de sua história com milhares de vídeos mostrando abusos.

Os Ferriters foram presos por abuso infantil agravado e cárcere privado. Um juiz estabeleceu sua fiança em US$ 50.000 cada na quarta-feira, 9, e ordenou que eles não tivessem contato com nenhum de seus quatro filhos, a menos que autorizado pelo DCF.

A Polícia de Jupiter disse que o garoto está agora em um local seguro. Com informações do CBS12 News.