"Soldada americana": brasileira fala sobre a carreira militar dentro do exército dos Estados Unidos

"O exército me escolheu", diz Denize Marx, que mora em Pompano Beach e atua numa base do exército no sul da Flórida.

Por Arlaine Castro

Natural de Tocantis, Denize Marx, 40 anos, é Engenheira de construção horizontal do Exército Americano.

Engenheira de construção horizontal do Exército Americano, Denize Marx, 40 anos, mora em Pompano Beach e esclareceu em entrevista exclusiva ao Gazeta News peculiaridades da carreira militar nos Estados Unidos.

Natural de Palmas, no Tocantins, ela é formada em Letras no Brasil e era professora antes de vir para os EUA em 2013. Em 2016, entrou para o exército, mas, durante o treinamento, enfrentou uma outra batalha - um câncer - que a impediu de ir para uma missão em campo. Atualmente atua numa pequena base em Fort Lauderdale na função de engenheira com construção de pontes e estradas.

Gazeta News - O que te fez querer fazer parte do exército dos EUA?

Denize Marx - O exército me escolheu. Eu era professora de português da rede estadual de ensino no Brasil, mas sempre amei a carreira militar. No Brasil, sempre quis ser policial, mas nunca pensei em exército. Quando cheguei aqui, vi a oportunidade e a agarrei. Para ser policial aqui, precisava ser cidadã e eu só tinha green card, mas para entrar para o exército, basta a residência permanente.

GN- Onde já atuou pelo exército? Chegou a sair do país para participar de operações fora?

DM- Formei no Missouri e cheguei a ir para o treino "pré-missão" no Texas, mas depois de dois meses voltei para casa porque não tinha registros médicos suficientes para provar que eu estava bem depois do câncer que tive.

GN- Um momento/episódio marcante como soldada?

DM- A graduação, a coisa mais linda e emocionante. O momento em que todos se aproximam marchando e as famílias esperando. Acho o amor ao país, o patriotismo, o mais importante nessa área.

GN - Já sentiu alguma diferença no tratamento por ser mulher e imigrante?

DM- Nenhuma discriminação, nem por ser imigrante e nem por ser mulher.

GN- Qual a orientação para brasileiros, principalmente mulheres, que têm o desejo de entrar para o exército dos EUA?

DM - O desejo é o primeiro passo e o mais importante. É aí que tudo se inicia. Estar legalizado nos Estados Unidos é um requisito, planeje-se e corra atrás. Tem que fazer uma prova do ASVAB (Armed Services Vocational Aptitude Battery), que pode ser estudada on-line. Não é tão fácil, mas a prova não exige nota muito alta para entrar. E para você, mulher… seu lugar é onde você quiser estar.

Com o perfil de "Soldada americana" nas redes sociais, Denize conta com milhares de seguidores que acompanham o dia a dia, os detalhes e curiosidades de uma brasileira no exército americano.