"Ele está com depressão profunda", diz brasileira que busca pelo filho desaparecido na Flórida

Daniel Silva, 40 anos, morava em Deerfield Beach, sul da Flórida, mas saiu de casa de bicicleta e não foi mais visto.

Por Arlaine Castro

Antes de desaparecer, Daniel Silva trabalhava com reformas e limpeza de imóveis na região de Deerfield Beach.

Desesperada por notícias, a brasileira Ruth Silva veio de Pernambuco para a Flórida em busca do filho Daniel Silva, 40 anos, que morava em Deerfield Beach (FL) e está desaparecido desde março.

Segundo Ruth, Daniel está sofrendo de depressão profunda e não conversa direito, não mantém contato com ninguém. “Ele não quer saber de celular. Me ligava quase toda semana, depois não quis me ligar mais e desativou. Não deixa ninguém sequer tirar foto dele. “Tem que ser escondido”, contou com exclusividade ao Gazeta News.

“Ele não fala nada e está muito magro. Eu vim para levá-lo para o Brasil ou levá-lo para o médico, mas ele disse que não tem nada e não quer voltar. Ele sempre trabalhou, nunca me deu trabalho, é um bom filho”, ressalta.

Há 23 anos morando nos EUA, Daniel trabalhava com limpeza e pintura de imóveis em uma empresa do sul da Flórida, mas segundo Ruth, o chefe disse que ultimamente ele não estava tão calmo e “fazendo as coisas sem pensar direito. Ele fala bem o inglês e conhece vários lugares, só Deus para fazer um milagre, eu creio que Deus pode”, afirma desesperada.

Atualmente hospedada na casa de uma amiga em Coconut Creek, ela está com a volta marcada para o Brasil para 10 de junho e está desesperada para encontrá-lo. “Ele é um bom rapaz, prestativo, mas está mal. Chegou a fazer tratamento e tomar remédio, melhorou, mas parou com tudo e agora está mal de novo”, explica.

Ela se encontrou com ele uma vez quando chegou, no dia 10 de março, passaram o dia juntos, mas depois não o viu mais.

“Quando cheguei, passei o dia com ele, almoçamos juntos, ele mesmo que preparou a comida. À noite, voltei para a casa de uma amiga, onde estou hospedada, porque ele mora com um amigo, que disse que não dava para eu dormir lá. Esse amigo pediu, inclusive, que ele saísse da casa. Ele não tinha para onde ir e eu ia até olhar outro lugar com ele”, conta.

No outro dia, quando ela foi vê-lo novamente, ele já tinha saído e desde então desapareceu.
“Ele saiu de bicicleta, não levou nada. Ele está com raiva de todo mundo, está revoltado, triste da vida.

Decepcionado, disse que passou muitas decepções aqui. Está com depressão muito forte. Ele já esteve bem, me ajudou muito no Brasil, mas agora não está bem. Não sei o que fazer”, desabafa Ruth.

Daniel tem hoje 40 anos, mas mora nos EUA desde os 17. Segundo a mãe, ele morava com o pai, que foi embora para o Brasil e faleceu logo depois, o que o deixou mais triste ainda.

“Ele ficou muito triste. Faz dois anos que ele está com depressão. Já foi internado numa clínica, onde passou um mês tomando os remédios e teve uma melhora, mas não continuou o tratamento e a depressão voltou pior.

Durante a curta conversa que teve com o filho, ela disse que queria ajudá-lo e propôs levá-lo ao médico ou que ele voltasse com ela para o Brasil. “Eu perguntei se ele gostou de eu ter vindo e ele balançou a cabeça que sim. Eu disse a ele que vim ajudar e ficar com ele, porém não posso ficar muito, mas que se ele quisesse, eu ficava mais tempo. Eu disse que o levaria a um médico, mas ele disse que não tinha nada e fez que não com a cabeça. Falei para voltar para o Brasil, para ficar junto da família, dos dois irmãos. Os irmãos conversaram com ele pelo telefone, mas ele só ria e balançava a cabeça”, detalhou.

Segundo Ruth, ela procurou ajuda no Consulado brasileiro em Miami, mas não obteve resposta. O Gazeta News entrou em contato com o Consulado para saber, mas até o momento também não houve retorno. 

Polícia

Ruth procurou a polícia de Deerfield Beach junto com a amiga que mora na Flórida para relatar o desaparecimento, mas, segundo elas, a resposta do agente foi que não podiam fazer nada porque não havia risco à própria vida, nem algum crime envolvido.

“Perguntaram se ele tentou se matar, se ele tentou matar alguém, se ele fazia uso de drogas. Eu disse que não, nenhuma dessas coisas. Então disseram que não podiam fazer nada. Orientaram que eu o procurasse nos hospitais da região. Olhamos nos hospitais e não há registro de entrada dele em nenhum”, relatou.

Quem souber de alguma informação sobre Daniel Silva, pode entrar em contato com Ruth, pelo número (81) 86182484 ou Betânia 561 - 8460322.