Justiça da FL barra comercialização de plywood (compensados de madeira) do Brasil

Por Arlaine Castro

A PFS-TECO é acusada de mentir para obter a certificação PS1 de forma ilegítima, e a Forestwood Industries estaria continuando a comercialização de forma irregular.

Duas empresas que comercializam plywood (compensados de madeira) do Brasil, comumente usados na construção civil dos EUA, tiveram os serviços barrados por um tribunal federal do sul da Flórida pela baixa qualificação dos produtos.

No mês passado, o tribunal aprovou uma liminar para barrar a PFS-TECO, certificadora de compensados brasileiros de longa data, de quaisquer outras operações na Flórida e em qualquer outro estado. A liminar é permanente e foi emitida pelo juiz Roy Altman, de Fort Lauderdale, que acusa a PFS-TECO de mentir para obter a certificação PS1 de forma ilegítima, sem que os requisitos sejam todos atendidos.

Na semana passada, a U.S. Structural Plywood Integrity Coalition (USSPIC) entrou com um pedido de liminar também contra a certificadora Forestwood Industries, alegando que a empresa substituiu a PFS-TECO para continuar suas práticas comerciais agora ilegais.

A empresa sediada em Nova York é a única que certifica o compensado brasileiro como atendendo ao padrão PS 1 exigido pelos códigos de construção dos EUA e seu credenciador, a American Association for Laboratory Accreditation (A2LA) de Maryland, tem filial em Miami-Dade.

“Os funcionários e fiscais da construção devem estar cientes desses produtos de madeira compensada brasileira inferior com os selos PS-1 e não aceitar esses selos como meio de indicar o cumprimento do código”, diz o memorando de 15 de junho de Jaime Gascon, engenheiro da Câmara Municipal e Divisão de Administração de Código de Miami-Dade.

A moção da USSPIC pede que a A2LA revogue seu credenciamento da Forestwood como certificadora de compensados no Brasil e ordene que a empresa revogue todos os certificados PS 1 que emitiu para 17 fábricas de compensados brasileiras. A USSPIC argumenta que a Forestwood não possui as qualificações necessárias para certificar o compensado brasileiro no padrão estrutural PS 1.

A coalizão composta por nove empresas com 11 fábricas de compensados no Sudeste e no Noroeste do Pacífico acusou em um processo de 2019 que o processo de certificação da PFS-Teco não atendeu aos padrões americanos para uso em pisos, paredes e telhados.

O material sofreu “falhas maciças” durante os testes da American Plywood Association e outros laboratórios de testes, de acordo com a USSPIC.

A Forestwood e A2LA têm até 28 de junho para responder à moção. Uma audiência perante um juiz federal pode ser marcada para o início de julho.

O compensado brasileiro tornou-se uma questão importante na construção civil dos EUA, uma vez que os custos de materiais de construção dispararam nos últimos 18 meses. Em 2021, o compensado brasileiro, geralmente disponível a um preço inferior ao dos produtos americanos, representou 11% da oferta do material nos Estados Unidos, com grande parte usada para reconstruir e restaurar casas na Flórida e Porto Rico após o furacão Maria em 2017.

Veja aqui o processo na íntegra.