O julgamento do atirador que matou 17 pessoas na escola em Parkland, sul da Flórida, em 2018, teve início nesta segunda-feira, 18, para a fase de penalidade. Nela, o júri popular decidirá se ele será condenado à morte ou prisão perpétua sem liberdade condicional.
Nikolas Cruz, 23, se declarou culpado em outubro de 17 acusações de assassinato em primeiro grau na morte de 14 estudantes e três funcionários da Marjory Stoneman Douglas High School. Ele está contestando apenas sua sentença e os advogados de defesa buscam livrá-lo da pena de morte.
O tiroteio é considerado o ataque em massa mais mortal do país a ir a um júri.
Um painel de sete homens e cinco mulheres, apoiado por 10 suplentes, ouvirá o caso, que deve durar cerca de quatro meses. O julgamento deveria começar em 2020, mas foi adiado pela pandemia do COVID-19 e por batalhas legais na justiça.
Na abertura nesta segunda-feira, o promotor principal, Mike Satz, destacou a brutalidade de Cruz quando ele perseguiu um prédio de três andares e disparou seu rifle semiautomático AR-15 pelos corredores e nas salas de aula. Ele ainda voltou até algumas vítimas que estavam somente feridas para matá-las dando mais tiros.
O promotor descreveu Cruz como “frio, calculado, manipulador e mortal”, citando um vídeo que Cruz fez três dias antes do massacre, que dizia:
“Olá, meu nome é Nik. Serei o próximo atirador escolar de 2018. Meu objetivo é pelo menos 20 pessoas com um AR-15 e algumas rodadas de rastreamento. Vai ser um grande evento, e quando você me vir no noticiário, você saberá quem eu sou. Vocês todos vão morrer. Ah, sim, mal posso esperar”, descreveu o promotor.
Já a defesa, que busca apenas livrá-lo da pena de morte, vai enfatizar os problemas emocionais e psicológicos ao longo da vida que Cruz supostamente sofria, como de síndrome alcoólica fetal e abuso. O objetivo seria moderar as emoções dos jurados ao ouvirem o caso da promotoria, tornando-os mais abertos a considerar os argumentos da defesa posteriormente.
A juíza do condado de Broward, Elizabeth Scherer, que preside o julgamento, estima que o julgamento durará de quatro a cinco meses. A decisão do júri deve ser unânime para que a pena de morte seja válida. Caso contrário, Scherer terá que condenar Cruz à prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional.
Cerca de 50 familiares das vítimas estavam no tribunal nesta segunda-feira, para acompanhar o início do julgamento. Com informações do Miami Herald e Associated Press.
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