Moradores da Flórida mudam hábitos e planos por alta no custo de vida

Nesta primavera, mais de um terço das famílias na Flórida relataram ter dificuldade em pagar as despesas habituais.

Por Arlaine Castro

O casal Soraya e Jason Robertson mora em Orlando e desistiu de comprar casa, além de diminuir idas a restaurantes.

Está ficando mais caro morar na Flórida. Com aluguel e outros custos de vida em alta, muitos moradores estão mudando seus hábitos e planos para conter gastos. A mudança no estilo de vida é um dos impactos da economia pós-pandemia não só no Sunshine State, mas em todo os Estados Unidos.

No geral, os preços de todos os tipos de coisas aumentaram quase 9% em relação ao ano anterior. Os salários não estão acompanhando os aumentos de preços. Nesta primavera, mais de um terço das famílias na Flórida relataram ter dificuldade em pagar as despesas habituais - número um pouco maior do que um ano antes, de acordo com pesquisa domiciliar do Census Bureau citado pelo portal WUSF.

Em um cenário de taxas de inflação recordes, o custo de vida também impactou mais de um quarto (34%) dos americanos que se mudaram durante a pandemia para áreas mais acessíveis com maior espaço aberto, de acordo com novos dados divulgados pela Gravy Analytics, fornecedora líder de inteligência de localização empresarial.

Entre os 1.500 consumidores pesquisados sobre seus hábitos pós-mudança, 34% relataram que um custo de vida mais alto era seu maior desafio diário. Isso apesar de 18% dos entrevistados citarem a necessidade de moradia mais acessível como o principal fator para sua mudança, ficando atrás apenas da necessidade de mais espaço (33%) e do desejo de estar mais perto da família (22%).

Os hábitos de compra também refletem uma preferência pela acessibilidade, já que o desejo por preços baixos foi citado como o maior fator por 32% ao selecionar um supermercado em seu novo local. Preços baixos são mais importantes do que uma localização conveniente para casa ou trabalho (13%) e oferecem uma boa experiência ao cliente (12%). Quase dois terços (61%) dos consumidores mudaram seus hábitos de compra após a mudança, com 34% agora comprando principalmente em lojas familiares em vez de redes nacionais de varejo.

Mudar os planos de morar em uma casa maior foi o que decidiu a paulista Soraya Robertson, que mora em Orlando com o marido Jason Robertson e o filho Benjamin Robertson.

"Esse ano estávamos programando comprar uma casa maior, porém, com esses valores absurdos, tivemos que adiar o plano. Além de outros cortes no orçamento, como sair para comer fora com menos frequência e pesquisar mais antes de comprar", explica Soraya, que trabalha como assistente de catering.

Segundo Soraya, outras pessoas e famílias que conhece também tiveram que mudar planos por causa da alta dos gastos. "De tudo um pouco, viajar, trocar de carro, conter gastos, conheço mais pessoas que também estão nessa realidade", completa.