Caixas eletrônicos de Bitcoin aumentam "lavagem de dinheiro" na Flórida

Existem 1.691 caixas eletrônicos de Bitcoin na Flórida, 384 entre Boynton Beach e Homestead. Acredita-se que as máquinas, que ganharam popularidade nos últimos anos junto com as criptomoedas, sejam mais de 50.000 em todo o país. Mas, para detetives de crimes cibernéticos do sul da Flórida, há uma razão pela qual os caixas eletrônicos de moeda virtual são atraentes – eles são lucrativos em vários níveis e os bandidos estão cada vez mais de olho neles.

Não há nada de errado para quem converte seus dólares honestamente em ganhos em criptomoedas. Mas os detetives de crimes cibernéticos do sul da Flórida também dizem que os bandidos estão usando o crescente número de máquinas Bitcoin para cometer crimes.

Eles dizem que as máquinas, embora perfeitamente legais, também não são regulamentadas e são frequentemente usadas para “lavar” dinheiro sujo – dinheiro que veio do tráfico de drogas, roubos ou outras atividades ilegais. Quando é fácil investir em criptomoedas online, o Comandante da Força-Tarefa de Crimes Cibernéticos de Miami-Dade George Perera questiona a necessidade das máquinas ATM Bitcoin, que não deixam muito rastro financeiro.

“Por que ter isso, a menos que seja para atividade criminosa?” ele perguntou. Encontrar uma máquina é tão fácil quanto ligar um computador ou um celular. O site bitcoindepot.com ajuda a encontrar um caixa eletrônico Bitcoin simplesmente inserindo um código de área ou cidade.

Os maiores fabricantes das máquinas são as empresas Genesis Coin e General Bytes. Eles vendem as máquinas por até US$ 5.000. Elas funcionam como quiosques conectados à Internet que enviam criptomoedas para uma carteira digital depois que o dinheiro real é inserido. Taxas de bolso dos operadores de máquinas, que nos caixas eletrônicos Bitcoin representam uma porcentagem da transação.

Enquanto isso, os operadores de loja cobram aluguel do operador ou proprietário da máquina.

Lavagem de dinheiro

A máquina ATM Bitcoin se parece quase exatamente com a de dinheiro normal, com uma tela de computador, um teclado e um slot para deslizar o dinheiro - como se você estivesse fazendo um depósito em um caixa eletrônico comum.

Mas a forma como os criminosos "limpam o dinheiro" também se torna "simples". Por exemplo, um traficante de drogas de pequeno porte ganha alguns milhares de dólares em uma venda. Ele então contrata um menor por alguns dólares para fazer a transação na máquina: digitar um endereço de criptomoeda e inserir o dinheiro na máquina. Em troca, a máquina cospe um recibo de Bitcoin no valor igual ou semelhante.

Os policiais cibernéticos de Miami-Dade dizem que um problema é que as máquinas são muito pouco reguladas. A maioria tem um dispositivo de gravação de vídeo e alguns pedem para digitalizar carteiras de motorista. Os bandidos, no entanto, podem contornar isso facilmente, disse o sargento de crimes cibernéticos de Miami-Dade Bridget Doyle.

No caso do exemplo citado acima, o garoto contratado seria filmado, mas poderia facilmente ter usado uma identificação falsa. Quanto à verificação de um endereço de criptografia, ele muda a cada ação e é difícil de rastrear, dizem os detetives. Doyle disse que a maioria das empresas notifica um lojista se mais de US$ 6.000 forem depositados e que há cerca de uma dúzia de empresas que ela conhece que agora vendem máquinas de criptomoeda. “Quando os criminosos migram para a criptomoeda, a primeira coisa que fazem é encontrar uma nova identidade”, disse ela. Com informações do Miami Herald.