A brasileira Camila Gama, moradora da Carolina do Norte, foi ao Brasil fazer uma cirurgia plástica de lipoaspiração em março. Alguns dias após a cirurgia, feita em Goiânia (GO), ela teve complicações que levaram à amputação de parte do seu braço direito. Agora, ela luta para se reestabelecer e adquirir uma prótese.
Ao Gazeta News, Camila, que é tatuadora profissional, disse que um erro no hospital provocou uma necrose e posterior perda do antebraço direito. Ela contou com detalhes o que aconteceu.
"Depois de seis dias da cirurgia, tive uma anemia e o médico pediu que eu fosse ao hospital para repor a deficiência de ferro no organismo. Porém, as enfermeiras não conseguiram encontrar veia para injetar o medicamento e me encaminharam ao anestesista de plantão", relata.
Ela foi levada ao centro cirúrgico, onde houve um erro do anestesista ao aplicar o medicamento. "Ele pegou uma veia arterial e quando o medicamento começou a entrar no organismo eu senti muita dor. Depois de 45 minutos meus dedos começaram a necrosar. O médico que havia feito minha cirurgia plástica foi chamado pela minha mãe. Fui transferida de hospital e fiz outras duas cirurgias para tentar resolver. O medicamento estava causando trombose no braço. Eu fiquei 11 dias na UTI e tive parte do braço direito amputado", relembra.
Com a perda do antebraço, Camila perdeu também o emprego. Tatuadora profissional, ela morou na Flórida por cinco anos e há três morava na Carolina do Norte onde possui um estúdio.
"Eu estava na minha melhor fase, tinha meu estúdio, com cada vez mais clientes, estava crescendo profissionalmente", conta, acrescentando que a ideia inicial era voltar aos EUA logo após a cirurgia plástica, mas, por causa da amputação, continua no Brasil em tratamento, fazendo terapia ocupacional e procedimentos necessários nesse período pós perda de um membro.
Ela conta que sente dores no membro "fantasma", como chamam membros que não estão no corpo, mas que ainda são sentidos pela pessoa.
"Por isso a fisioterapia é necessária. Estou tentando me reinventar para poder voltar a viver. Eu preciso voltar para minha casa, voltar a trabalhar, quero continuar tatuando, mas para isso precisarei de tratamento e da prótese, que é essencial", destaca.
Mãe solo de um filho adolescente, ela precisa colocar uma prótese que, no Brasil, custa R$ 600 mil, e nos Estados Unidos são US$ 120 mil, segundo ela. Por isso, seu filho criou uma campanha online no GofundMe para arrecadar o valor.
"É isso, estou na luta porque meu filho está na Carolina do Norte e precisa de mim. Eu perdi o que me sustentava como tatuadora. A campanha é para ajudar no tratamento e também para a prótese, que precisarei comprar", finaliza.
Sobre o erro médico, Camila está em conversa com o hospital para um acordo.
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