Novas leis impactam o ensino nas escolas públicas da Flórida

Políticas terão impacto para além das escolas; mudanças vão desde o horário do início das aulas a quais assuntos podem ser ensinados em sala e expansão de vouchers.

Por Arlaine Castro

O governador Ron DeSantis fez mudanças na política educacional da Flórida que envolvem o currículo geral de docentes, iniciativas de diversidade e reformas de lideranças.

Do horário de início das aulas aos vouchers e livros permitidos, novos projetos de lei que foram sancionados pelo governador Ron DeSantis impactam o ensino nas escolas públicas da Flórida em todos os níveis, incluindo o superior. As propostas para a reforma educacional na Flórida terão impacto além das escolas públicas, segundo análise.

O governador fez mudanças de longo alcance na política educacional da Flórida durante seu mandato, seja no currículo, iniciativas de diversidade ou reformas de liderança. A sessão legislativa terminou em 5 de maio e resultou em grandes mudanças.

Ensino fundamental e médio

No ensino fundamental e médio, o início das aulas será mais tarde, há limitação de quais pronomes de gênero adultos podem ser usados na escola, o governo expandiu o sistema universal de vouchers em mensalidades de escolas particulares, compartilhou custos para projetos de construção em escolas charter, está mudando eleições partidárias do conselho escolar e a proibiu instrução em sala de aula sobre identidade de gênero e orientação sexual até a oitava série.

Ensino superior

Em faculdades e universidades públicas, DeSantis substituiu seis dos treze membros do Conselho de Curadores do New College of Florida em Sarasota por aliados políticos conservadores. Na segunda-feira, 15, ele assinou três projetos de lei que trarão grandes mudanças nas faculdades e universidades da Flórida.

O amplo sistema de ensino superior da Flórida matricula cerca de 1 milhão de estudantes em 12 universidades ou faculdades públicas e 28 faculdades comunitárias e estaduais, segundo o US News & World Report.

As novas leis restringem certos tópicos de serem ensinados em cursos de educação geral, também expandem os poderes de contratação e demissão de conselhos e presidentes de universidades, limitam as proteções para membros efetivos do corpo docente e proíbem gastos relacionados a programas de diversidade, equidade e inclusão além do que é exigido pelos credenciadores.

A lei inclui investimentos de US$ 100 milhões para recrutar e reter professores em todo o sistema universitário público estadual.

"A Flórida ocupa o primeiro lugar no ensino superior por sete anos consecutivos e, ao assinar esta legislação, estamos garantindo que as instituições da Flórida incentivem a diversidade de pensamento, o discurso civil e a busca da verdade para as próximas gerações", disse o governador Ron DeSantis . "A Flórida está se posicionando para capacitar alunos, pais e educadores a se concentrarem na criação de oportunidades para nossas gerações mais jovens. Estou feliz por ter trabalhado com o legislativo para que esta importante legislação seja assinada, selada e entregue."

O College Board alterou elementos do curso original de Colocação Avançada (AP) em Estudos Afro-Americanos de acordo com objeções dos legisladores estaduais conservadores. A versão simplificada do currículo, que teria sido uma surpresa para muitos daqueles que inicialmente contribuíram para os materiais, segundo Rim, eliminou alguns tópicos atuais que estavam sujeitos a controvérsia, incluindo teoria racial crítica e Black Lives Matter, e acrescentou o "conservadorismo negro" como um possível tópico de pesquisa.

Setor privado

Embora o impacto direcionado de DeSantis na educação pública - de escolas K-12 a instituições de ensino superior - seja evidente, suas políticas educacionais também prometem ramificações para o setor privado, afirma Christopher Rim, CEO da Command Education, em uma análise para a Forbes.

"Além da influência direta de suas políticas nas instituições públicas, esses eventos recentes demonstram como DeSantis também mudou os termos do diálogo sobre educação, raça e pedagogia em uma miríade de cenários", destaca o CEO.

Para os críticos na Flórida e em todo o país, juntamente com grandes mudanças legislativas nas operações K-12 e ensino superior, DeSantis pode enfraquecer o sistema educacional público que hoje destaca a Flórida. A Flórida ocupa o 44º lugar nos EUA em gastos por aluno em escolas públicas, de acordo com a Florida Education Association, que é o sindicato dos professores do estado, e as melhorias passam por investimentos e menos repressão.