'Apodrecendo na cama': pais são presos por negligência e morte de criança na FL

Por Arlaine Castro

O pai, Efrem Allen, 25, e a mãe, Takesha Williams, 24, foram presos e vão responder por homicídio culposo.

Um homem e uma mulher no Condado de Polk foram presos no início deste mês acusados de negligência infantil e homicídio culposo depois que seu filho de 3 anos foi encontrado em condições de "arrepiar os ossos", de acordo com o escritório do xerife (veja vídeo abaixo).

Segundo a polícia, os bombeiros foram chamados para socorrer uma criança inconsciente na tarde de 12 de maio. Ao chegarem, encontraram o menino de 3 anos "apodrecendo na cama". Ele estava conectado a um ventilador de respiração mecânico, mas sem pulso, e foi levado com urgência para o hospital, onde morreu depois de várias medidas de salvamento.

A criança tinha vários ferimentos, incluindo grandes escaras em suas nádegas a ponto de seu cólon ficar visível. O seu estômago também estava inchado, ele parecia verde e havia feridas abertas no corpo “consistentes com negligência infantil”, diz o relatório da polícia.

“Esta criança tinha um estômago extremamente dilatado e estava verde. Ela estava apodrecendo na cama”, disse o xerife do condado de Polk, Grady Judd, durante entrevista coletiva na quarta-feira, 24.

Quase afogamento

Durante a investigação, a polícia descobriu que o menino quase se afogou em uma casa de férias em Davenport em 2020, quando tinha somente 10 meses, e, consequentemente, ficou conectado a um ventilador mecânico desde então.

“A criança não tinha atividade cerebral, não conseguia nem piscar os olhos, não conseguia mover as extremidades”, disse o xerife. “E, francamente, foi recomendado pelos médicos aos pais que ele fosse removido de qualquer medida de salvamento porque ficaria para sempre em coma sem atividade cerebral.”

Porém, os pais preferiram manter o menino vivo usando um ventilador e um tubo estomacal. Ele foi então para casa e morava com sua mãe, Takesha Williams, 24, e seus outros dois filhos. O pai, Efrem Allen, 25, ajudava a cuidar do menino, mas não morava na mesma casa.

Desde que o menino foi para casa, em 2020, uma enfermeira de saúde domiciliar o visitava três vezes por semana. Mas em outubro de 2022, os pais começaram a rejeitar a assistência ao menino e essa foi a última vez que o serviço de saúde cuidou da criança, descobriu a polícia.

Quando os profissionais de saúde batiam, “eles não estavam em casa, não atendiam a porta”, disse Judd. O DCF disse às autoridades que quando foram ao apartamento para ver a criança, os pais disseram: “Não acorde a criança hoje”.

A mãe estava recebendo benefícios para ficar em casa e cuidar de seu bebê, mas, para o xerife, tanto ela quanto o pai se cansaram dos cuidados intensivos e 'largaram' a criança.

Os pais disseram aos detetives que sabiam como atender às necessidades médicas do menino, embora tenham notado que ele havia desenvolvido grandes feridas abertas desde o mês anterior. Eles optaram por não entrar em contato com ninguém sobre o assunto por temerem que seus filhos fossem levados por funcionários do estado.

Segundo os pais, o menino parecia estar vivo na noite de 11 de maio, embora na manhã seguinte tenham notado que seu estômago estava inchado e que ele parecia frio ao toque. Eles esperaram até à tarde para ligar para o 911.

A criança não recebia os cuidados adequados há meses, disse o hospital. A criança cheirava a decomposição. “Eles notaram que não havia reto”, disse Judd. “Havia apenas um grande buraco onde os intestinos e a coluna vertebral eram visíveis.”

Tanto Williams quanto Allen foram presos sob a acusação inicial de abuso infantil negligente, causando grandes danos, mas as acusações foram atualizadas na quarta-feira para homicídio culposo de uma criança. Eles permanecem detidos sob fiança de $ 100.000 cada.

As outras crianças na casa, de 2 anos e 10 meses, pareciam estar bem de saúde e foram encaminhadas aos cuidados do Departamento de Crianças e Famílias.