Alto custo com cuidados infantis impacta a economia da Flórida

A rotatividade e as ausências de funcionários relacionadas ao cuidado de crianças custam aos empregadores da Flórida U$4,47 bilhões por ano.

Por Arlaine Castro

O custo dos cuidados infantis custa à economia da Flórida U$5,38 milhões.

Os custos com cuidados infantis estão impactando a economia da Flórida. Famílias são forçadas a tomar algumas decisões difíceis, como trabalhar apenas para pagar os cuidados dos filhos ou optar por ficar em casa - fora do mercado de trabalho - para economizar dinheiro.

Um relatório recente da Florida Chamber Foundation mostra que o elevado custo dos cuidados infantis custa à economia da Flórida U$5,38 milhões por ano. A rotatividade e as ausências de funcionários relacionadas ao cuidado de crianças custam aos empregadores da Flórida U$4,47 bilhões por ano. Outros U$911 milhões são perdidos em receitas fiscais.

De acordo com o relatório, os números não afetam apenas os pais, mas toda a família e, em uma escala maior, toda a população. Uma análise dos dados mostra que a falta de acesso a cuidados infantis, ou a cuidados infantis acessíveis, é a principal razão pela qual pais com filhos menores de seis anos deixaram o mercado de trabalho nos últimos seis meses.

Kyle Baltuch é vice-presidente sênior de igualdade de oportunidades da Florida Chamber Foundation e destaca que perder pessoas em idade produtiva não é bom para a economia.

"Esses são indivíduos que estão realmente começando a crescer em suas carreiras; eles constituem o maior segmento da força de trabalho, e se estamos perdendo potencialmente algumas centenas de milhares deles por ano, isso será prejudicial para o nosso crescimento econômico, será prejudicial para as empresas que desejam se mudar para o estado da Flórida", afirmou ao canal WEARTV.

Em um dos casos que ilustram essa realidade está Heather Folta, mãe de quatro filhas em Fort Walton Beach. Suas meninas têm 11, nove, seis e quatro anos. O custo dos cuidados infantis não cabe no orçamento e ela optou por cuidar dos filhos. "Custaria mais de US$ 2.000 por mês para colocá-los todos na creche. Isso é mais do que o pagamento da minha casa. E o pagamento do meu carro combinado", disse, realçando que se sente frustrada por saber que poderia render mais profissionalmente.

Sugestões

Parcerias entre empresas, organizações sem fins lucrativos e governo para começar a reverter a situação é uma sugestão de Baltuch, da Florida Chamber Foundation. Para os pais, ele sugere recorrer a coligações de aprendizagem precoce e verificar se a família se qualifica para subsídios federais ou estaduais. Ele também sugere que as pessoas conversem com seus empregadores, dizendo-lhes como o cuidado infantil seria importante como benefício.

Fim de verba federal

Nos últimos dois anos, os serviços de creche e de acolhimento de crianças (e, por extensão, os pais e tutores) tiveram a ajuda do Plano de Resgate Americano, que entrou em vigor para ajudar a proteger os americanos dos piores efeitos econômicos da pandemia da COVID. Por ele, o Programa de Estabilização de Cuidados Infantis, no valor de 24 mil milhões de dólares, foi implementado para ajudar as creches com despesas como custos de pessoal, rendas, serviços públicos e preparativos para a COVID.

Mais de 220.000 creches, mais de 80% dos centros licenciados nos EUA, receberam assistência e 9,6 milhões de crianças foram ajudadas, de acordo com o Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA.

Mas a emergência da COVID terminou. E em 30 de Setembro, os 15 mil milhões de dólares adicionais reservados para expandir o Subsídio para Cuidados Infantis e Desenvolvimento, que ajuda famílias de baixos rendimentos a pagar por cuidados infantis, expiraram.

Em todo os EUA, 3,2 milhões de crianças correm o risco de perder cuidados infantis com o fim dos fundos federais. De acordo com o grupo de reflexão progressista sobre políticas públicas The Century Foundation, 212.721 crianças da Flórida correm o risco de perder cuidados infantis, e 2.196 programas correm o risco de serem encerrados.

Fonte: WERATV.