Ex-condutor da Brightline processa empresa por US$ 60 milhões e alega PTSD após acidentes fatais
Ação afirma que funcionário foi exposto repetidamente a cenas traumáticas sem apoio psicológico adequado
Um ex-condutor da Brightline entrou com uma ação federal pedindo US$ 60 milhões em indenização, alegando que desenvolveu transtorno de estresse pós-traumático (PTSD) após anos de trabalho no corredor ferroviário de alta velocidade do sul da Flórida, marcado por sucessivos acidentes fatais. As informações constam em documentos judiciais obtidos pela Local 10 News.
Segundo a ação, Darren J. Brown Jr., que trabalhou como condutor entre 2018 e 2023, esteve envolvido em mais de dez incidentes traumáticos, incluindo ao menos sete mortes confirmadas. O processo foi protocolado nesta semana com base na Federal Employers’ Liability Act (FELA) e tem como rés a Brightline Trains Florida LLC e sua controladora, Fortress Investment Group LLC.
Brown afirma que as empresas falharam em adotar medidas de segurança adequadas e não ofereceram suporte de saúde mental a funcionários expostos repetidamente a eventos “catastróficos”. De acordo com a petição, ele era frequentemente instruído a sair da cabine e atravessar cenas de colisões com veículos destruídos, incêndios e restos humanos, sendo obrigado a confirmar visualmente óbitos sem treinamento médico ou forense, nem equipamentos de proteção ou procedimentos de descontaminação.
Um dos episódios citados envolve um “incidente de segundo trem”, quando uma composição teria sido liberada para atravessar um local com vítima fatal ativa, passando por cima de restos mortais enquanto socorristas ainda atuavam na área.
O processo também aponta exigências extremas de plantão, que teriam contribuído para fadiga e desgaste emocional. Supervisores teriam informado que alguns funcionários dormiam em carros próximos aos terminais para cumprir prazos de acionamento de uma hora, mesmo operando trens a até 200 km/h (125 mph).
Em outubro de 2023, Brown teria sido diagnosticado formalmente com PTSD crônico por um profissional contratado pela própria Brightline, com testes indicando níveis clínicos de PTSD, ansiedade e depressão. Ele afirma ter solicitado licença médica pela Family and Medical Leave Act, sem obter acomodações adequadas, o que o levou a pedir demissão para preservar a saúde.
Além da indenização, Brown pede medidas judiciais para alterar práticas de segurança e protocolos de resposta a traumas da empresa.
Fonte: Local 10