O Pentágono está trabalhando para rastrear o foguete de origem chinesa que está fora de controle e está previsto para entrar na atmosfera da Terra ainda neste fim de semana. Apesar de o ponto exato onde o foguete deve retornar não ser conhecido até poucas horas antes da reentrada, atualizações diárias sobre sua localização estão sendo feitas pelo Comando Espacial dos EUA.
A China colocou o primeiro módulo de sua estação espacial em 29 de abril com o foguete Longa Marcha 5B. Agora, a primeira parte do foguete está perdendo atitude gradualmente. O país asiático tem sido discreto sobre o assunto e não publicou previsões para o horário em que o lançador poderia retornar à atmosfera, ou se deveria se desintegrar total ou parcialmente.
Entretanto, o porta-voz do ministério de relações exteriores do país, Wang Wenbin, disse que “a maioria dos componentes do foguete vai queimar na reentrada na atmosfera”, e a possibilidade de causar danos às atividades aéreas ou pessoas, edifícios e atividades em solo é extremamente baixa.
Especialistas divergem sobre o horário em que o corpo espacial poderia reentrar. Segundo a agência espacial russa, Roscomos, a previsão é que parte do foguete chegue ao sul da Indonésia neste sábado (08) às 20h30 (horário de Brasília). Já o Departamento de Defesa dos EUA prevê que a reentrada aconteça às 20 horas (também horário de Brasília), mas com uma margem de erro de nove horas.
Autoridades concordam que há uma possibilidade muito pequena de que os destroços atinjam alguma área habitada ou que causem danos ao atravessarem a atmosfera. Entretanto, Jonathan McDowell, astrônomo do Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics, nos Estados Unidos, e especialista em detritos espaciais, disse que a China deveria revisar suas missões espaciais para evitar que incidentes como esse se repitam.
O país vem investindo bilhões de dólares no programa espacial por vários anos, enviando seu primeiro astronauta ao espaço em 2003 e pousando um robô no lado oculto da Lua em 2019. Em 2020, trouxe para a Terra amostras de seu satélite natural e, agora Pequim planeja pousar um robô me Marte.
Entretanto, a China também em cometendo falhas em seu programa espacial. No ano passado, destroços de outro foguete caíram em vilarejos de Costa do Marfim, que apesar de terem causado danos, não deixaram feridos. Em abril de 2018, o laboratório espacial Tiangong-1, que havia parado de funcionar dois anos antes, se desintegrou ao entrar na atmosfera.
