Banco Mundial e a economia global em 2021

O Banco Mundial alerta que a pandemia deve ter duradouros efeitos adversos na atividade global e deve diminuir o crescimento global durante a próxima década.

Por POR | ARLAINE CASTRO

O Banco Mundial fez uma previsão moderada para a economia global neste ano, informando que é provável uma expansão de 4%, embora a recuperação seja "reduzida".

Os tomadores de decisão precisam agir decisivamente, de acordo com a publicação Prospectos da Economia Global, lançada em janeiro. Embora já haja um crescimento depois dos 4,3% em 2020, a pandemia da COVID-19 tem causado "uma grande taxa de mortes e doenças, lançado milhões na pobreza e pode provocar depressão na atividade econômica e na renda por um período prolongado", segundo comunicado de imprensa do Banco Mundial, instituição financeira do sistema das Nações Unidas.

No Brasil, o aumento da confiança do consumidor e condições de crédito favoráveis devem apoiar a recuperação do investimento e do consumo privado, puxando o crescimento de 2021 para 3%. O setor de serviços do país irá se recuperar mais lentamente do que o setor industrial em função de um persistente medo de risco entre os consumidores.

O colapso da atividade econômica global em 2020, por conta do início da pandemia, é esperado ser um pouco menos severo do que projetado anteriormente, principalmente em razão de contrações menores em economias mais avançadas como um todo e uma recuperação mais robusta na China.

Apesar disso, para a maior parte das economias em desenvolvimento e mercados emergentes, o impacto foi mais agudo do que o esperado. "Fragilidades financeiras em muitos destes países, na medida em que o crescimento do choque impacta lares vulneráveis e folhas de balanço dos negócios, também precisarão ser abordados", disse a vice-presidente e economista chefe do Grupo Banco Mundial, Carmen Reinhart.

A instituição alertou que as variáveis no curto prazo permanecem altamente incertas e um contínuo aumento nas infecções, associado a uma demora na imunização, poderia limitar a expansão global a apenas 1,6% neste ano.

"Num cenário inverso, com a pandemia controlada e um rápido processo de vacinação, o crescimento global poderia acelerar para quase 5%", informou o comunicado.

Nos Estados Unidos, o Produto Interno Bruto (PIB) é projetado para aumentar cerca de 3,5% neste ano, depois de uma estimada contração de 3,6% no ano passado. Na Eurozona, a expectativa é um crescimento de 3,6% depois de um declínio de 7,4% no ano passado. O PIB agregado no mercado emergente e economias em desenvolvimento, incluindo a China, deve crescer 5% em 2021, depois de uma contração de 2,6%, de acordo com as projeções do Banco Mundial. Apenas a economia da China deve crescer 7,9% neste ano, depois de um crescimento de 2% em 2020.

"A comunidade global precisa agir rapidamente e vigorosamente para garantir que o recente acúmulo de débito não termine numa crise de débito. O mundo em desenvolvimento não pode arcar com outra década perdida", afirmou Ayhan Kose, vice-presidente interino do Banco Mundial para Crescimento Justo e Instituições Financeiras.

O Banco Mundial alerta que a pandemia deve ter duradouros efeitos adversos na atividade global e deve diminuir o crescimento global durante a próxima década, em função de baixo investimento, baixa empregabilidade e declínio da força laboral em muitas economias avançadas.

A economia global pode estar entrando numa década de "desapontamentos no crescimento, a menos que os governantes coloquem em curso reformas compreensivas para estimular os impulsos fundamentais para o crescimento econômico igualitário e sustentável". Texto: ONU Brasil.