Pandemia reduziu migração mundial em 30%

Em 2020, a pandemia interrompeu todas as formas de mobilidade humana por causa do confinamento social e fechamento de fronteiras. Além disso, as viagens foram suspensas.

Por POR | ARLAINE CASTRO

A pandemia de Covid-19 pode ter sido a causa de uma redução do crescimento da migração internacional. Até meados do ano passado, a queda era de 2 milhões de pessoas, o equivalente a 27% menos do que era esperado.

Os dados constam de um novo relatório, divulgado em janeiro pela Divisão de População do Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais das Nações Unidas.

Em 2020, a pandemia interrompeu todas as formas de mobilidade humana por causa do confinamento social e fechamento de fronteiras. Além disso, as viagens foram suspensas.

O número de migrantes chegou a 281 milhões. Em 2010, eram 221 milhões. Na década passada: 173 milhões.

A quantidade atual de migrantes internacionais equivale a 3,6% da população mundial. Os migrantes desempenham um papel nas economias especialmente por causa do envio de remessas financeiras à casa.

Em comunicado, o subsecretário-geral para Assuntos Econômicos e Sociais, Liu Zhenmin, disse que o relatório "mostra como a pandemia impactou os meios de subsistência de milhões de migrantes e suas famílias e prejudicou o progresso na realização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável."

Segundo a pesquisa, dois terços de todos os migrantes vivem em apenas 20 países.

Os Estados Unidos seguem como maior destino. Ao todo, são 51 milhões de pessoas, ou seja: quase dois de cada 10 migrantes vive lá.

A Alemanha vem em segundo lugar, com cerca de 16 milhões, seguida pela Arábia Saudita, com 13 milhões, a Rússia, com 12 milhões, e o Reino Unido com 9 milhões.

A Índia lidera a lista dos países com as maiores diásporas no mundo. Em 2020, eram 18 milhões de indianos vivendo fora.

México e Rússia têm milhões, cada, de cidadãos vivendo fora. China reúne 10 milhões e Síria 8 milhões.

As diásporas contribuem para o desenvolvimento dos seus países através da promoção do investimento estrangeiro, comércio, acesso à tecnologia e inclusão financeira.

Apesar disso, o Banco Mundial projeta que a pandemia reduziu o volume de remessas a nações de baixa e média rendas em cerca de US$ 78 bilhões, uma queda de 14 %.

Segundo a pesquisa, estratégias nacionais e cooperação internacional serão necessárias para mitigar os efeitos dessa perda.

Entre as principais regiões que abrigam o maior número de migrantes está a Europa com 87 milhões. A América do Norte abriu as portas para 59 milhões, e o norte da África e a Ásia Ocidental deram as boas-vindas a quase 50 milhões.

No ano passado, quase metade de todos os migrantes internacionais residia em sua região de origem. Na Europa, por exemplo, 70% dos migrantes nasceram em outro país europeu. Na África Subsaariana essa proporção era de 63%.

Por outro lado, a Ásia Central e do Sul tinha a maior parte de sua diáspora residindo fora da região, assim como América Latina e Caribe.

Quase dois terços de todos os migrantes internacionais vivem em países de alta renda, em contraste com apenas 31% em países de renda média e cerca de 4% em países de baixa renda.

No ano passado, os países de baixa e média renda receberam 80% dos refugiados. Esta população representou cerca de 3% de todos os migrantes internacionais em países de alta renda, em comparação com 25% nos países de renda média e 50% em países de baixa renda.

Em 2020, os refugiados perfaziam 12% de todos os migrantes internacionais. Vinte anos antes, em 2000, eram cerca de 9,5%. Isso mostra que os deslocamentos forçados continuam aumentando mais rapidamente do que a migração voluntária. Texto: ONU.