Mães brasileiras divididas: vacinar ou não meus filhos contra a COVID-19?

Por Neise Cordeiro

Neise Cordeiro, jornalista e apresentadora do programa Milkshake, transmitido pela Rádio Gazeta News, conversa com as mães Angélica Blakely (centro) e Luciana Beuke (à direira)

Este mês, o estado da Flórida autorizou que adolescentes a partir dos 16 anos são elegíveis para a vacina Pfizer contra a COVID-19. Durante o programa Milkshake desta terça-feira, 13, transmitido pela Rádio Gazeta News, duas mães brasileiras, residentes do sul da Flórida, expressaram sua opinião sobre a vacinação dos filhos adolescentes.

Uma delas foi Luciana Beuke, consultora imobiliária. Mãe de três filhos em idades de 16, 14 e 12 anos, Beuke expressou preocupação quanto a rapidez em que as vacinas foram aprovadas. “No momento eu não me sinto ainda confortável para vacinar meus filhos contra a COVID-19”, disse ela. “Eu preciso ter algo mais, conhecimento sobre os efeitos colaterais que essa vacina pode ter e os possíveis problemas que podem causar as crianças”, acrescentou Beuke.

Já a segunda participante, Angélica Blakely, empresária e mãe de um jovem de 19 e outro de 25 anos , disse que a vacinação tanto de adolescentes quanto de adultos é necessária para que a vida volte ao normal. “Tanto a Pfizer como a Moderna já está liberada para acima de 18 anos, com várias pesquisas”, disse Blakely. Ela disse que conversou com seus filhos e eles estão dispostos a se vacinar, já que a maior parte da família foi imunizada. “Eles disseram que estão preparados para tomar a vacina neste momento”, afirmou a mãe.

Ambas disseram que suas decisões foram tomadas em família e normalmente os filhos se baseiam na decisão dos pais e, no caso delas, de acordo com pesquisas e informações divulgadas por cientistas e organizações especializadas no assunto.

“Vou esperar o quê?”, foi a pergunta que um dos filhos de Bleuke fez para a mãe, já que a família planeja viajar de avião para uma celebração no Colorado e todos querem estar imunizados contra o vírus. “Eles também querem se sentir mais seguros em sair, em ir pra um restaurante e pra algum lugar, mesmo com toda precaução, eles querem se sentir seguros”, adicionou a empresária.

No mesmo dia da entrevista, agências federais de saúde dos Estados Unidos recomendaram a suspensão do uso da vacina de dose única da Johnson & Johnson, depois que seis pessoas desenvolveram um distúrbio raro envolvendo coágulos sanguíneos. Isso também aumentou a preocupação de Luciana, que mencionou a notícia durante a entrevista. Porém, ela aguarda a divulgação de mais informações sobre as pesquisas que estão sendo feitas e possivelmente estará aberta em vacinar seus filhos no futuro, caso os resultados sejam satisfatórios.

“Eu no momento estou segurando um pouco porque as crianças estão em casa, pelo menos meus três filhos estão tendo aulas em casa, então não estão saindo pra lugar nenhum, não estão tendo contato com outras crianças, então acho que da ainda pra aguardar e ver como está tudo direitinho. Vamos esperar os acontecimentos dentro dos próximos meses e ver como isso vai ficar”, disse Beuke.

As duas mães também disseram que elas e seus maridos já tomaram a vacina COVID-19, mas quando a decisão envolve seus filhos ambas concordaram que cabe aos pais proteger-los. “ Eu posso me colocar em risco, mas meus filhos eu tenho que ter certeza, é uma coisa natural de mãe”, disse Blakely.

Agradecemos a participação de ambas mães no programa Milkshake e para a produção desta matéria.

O programa Milkshake vai ao ar de segunda a quinta, a partir das 5 da tarde, na Rádio GN.

Assista a entrevista completa aqui.