Inovações tecnológicas para o turismo pós-pandemia

"Embora novas intervenções tornem as viagens mais seguras e eficientes, há preocupações sobre privacidade, segurança de dados e tecnologia tendenciosa."

Por POR | ARLAINE CASTRO

Nos 20 meses desde o início da pandemia de covid-19, as inovações tecnológicas passaram de futurísticas a usuais. Atualmente, é comum ir a um restaurante e visualizar o cardápio por código QR ou apresentar comprovantes digitais de imunização.

Conforme o setor de turismo — que em 2020 registrou um bilhão de desembarques internacionais a menos do que em 2019 — retoma o ritmo normal, o uso de máscaras pode ficar para trás, mas muitas tecnologias que surgiram em meio à pandemia continuarão a influenciar as viagens.

"Os consumidores passarão a desejar tecnologias que os deixem mais confiantes em relação às viagens", observa Steve Shur, presidente da Travel Technology Association. "Algumas dessas mudanças vieram para ficar."

Na realidade, uma pesquisa de 2021 realizada pela Pew Research com 915 líderes políticos, pesquisadores científicos e outros especialistas prevê que, em 2025, nossa vida cotidiana seja ainda mais influenciada por algoritmos, trabalho remoto e o que alguns chamam de "teletudo".

Embora novas intervenções tornem as viagens mais seguras e eficientes, como dispositivos de tradução em tempo real e controle de passaportes por reconhecimento facial, há também desvantagens, incluindo preocupações sobre privacidade, segurança de dados e tecnologia tendenciosa. Veja algumas das inovações que os viajantes continuarão a encontrar e utilizar.

Realidade virtual

Quando as viagens foram interrompidas devido à pandemia, museus e destinos turísticos passaram a utilizar a realidade aumentada (RA) e a realidade virtual (RV) para criar exposições e experiências on-line. Embora algumas dessas experiências sejam mais bem aproveitadas com um óculos de realidade virtual, a maioria pode ser usufruída apenas com um computador ou smartphone.

Controle de aglomerações

Para ajudar a reforçar o distanciamento social, cidades, aeroportos e museus testaram ou implantaram tecnologias para controlar aglomerações, como os 'robôs policiais' de Singapura, robôs que emitem alertas se as pessoas estiverem muito próximas umas das outras e indicam a densidade de pessoas nos portões dos aeroportos. À medida que milhares de turistas retornam aos destinos populares, métodos e dispositivos semelhantes podem ser implementados para evitar o turismo excessivo nesses lugares.

Desinfecção por luz UV-C

Os hospitais utilizam luz ultravioleta tipo C (UV-C) para desinfetar e matar vírus há mais de duas décadas. Agora, os espaços públicos internos, incluindo aeroportos, academias e cinemas, estão implementando o uso de luz UV-C para controlar a disseminação viral.

Códigos QR em restaurantes

No início da pandemia, quando a transmissão da covid-19 ainda não era bem compreendida, os restaurantes se apressaram em substituir os cardápios físicos por versões digitais acessadas por códigos QR. Os quadradinhos pretos com pontos pixelados podem ser escaneados com um smartphone para abrir o cardápio, fazer pedidos e pagar a conta, limitando o contato físico com os funcionários do restaurante para diminuir o risco de disseminação do vírus.

Ferramentas de rastreamento de contato

Grupos de saúde pública utilizaram métodos de rastreamento de contatos para identificar e rastrear pessoas que foram potencialmente expostas a doenças infecciosas, como zika e HIV, e fornecer informações, rastreamento e tratamento. A pandemia levou as autoridades implementar outras de alta tecnologia para rastrear a disseminação viral e fornecer informações.

Texto: JACKIE SNOW, National Geographic.