Tenho câncer - e agora? O que fazer após diagnóstico

Existem centenas de tipos de câncer, identificados e diferenciados de acordo com o local, tipo de células envolvido, agressividade e evidência de disseminação.

Por POR | ARLAINE CASTRO

Em um único instante crucial, sua vida mudou e não haverá volta. Como aceitar, ajustar-se e adaptar-se a ser "alguém com câncer"?

Em primeiro lugar, você ainda é a mesma pessoa. Mas, agora, você tem um diagnóstico definitivo que requer sua atenção imediata.

Existem centenas de tipos de câncer, identificados e diferenciados de acordo com o local, tipo de células envolvido, agressividade e evidência de disseminação. Estes são detalhes fundamentais que você precisa conhecer para começar a entender o que está acontecendo no seu corpo.

Existe muito a aprender e compreender sobre a doença e seu prognóstico; efeitos sociais, emocionais, sexuais e espirituais; tratamentos, terapias e seus efeitos colaterais; implicações para o trabalho e como todas essas oportunidades e desafios estarão interligados.

Mas você não precisa estudar tudo de uma vez. Com tempo e apoio, você irá seguir adiante com equilíbrio, força, calma e inteligência.

Seja qual for seu estado emocional e comportamental, prepare-se para ter algumas surpresas.

Este será um período de incertezas. Esteja preparado para experimentar toda uma série de reações, como choque, raiva, luto e culpa, além de sensações profundas e calorosas de amor, compaixão e gratidão pelas pessoas e pelo ambiente à sua volta.

Nos primeiros dias, você pode querer limitar as pessoas a quem irá contar seu diagnóstico ou manter a notícia em sigilo para ter a chance de se ajustar sem interferências. Afinal, algumas pessoas, mesmo com boa intenção, irão reagir de forma inesperada e podem causar tensão, em vez de ajudar ou apoiar de forma verdadeira.

Algumas pessoas poderão fazer uma série de perguntas, mas você pode não ter todas as respostas. Elas podem querer contar histórias de outras pessoas, que você talvez não queira ou ainda não esteja pronto para ouvir.

Nos primeiros dias, pode ser melhor restringir o número de pessoas a quem você irá contar o seu diagnóstico.

Você tem a opção de aceitar totalmente a orientação dos profissionais de assistência média, que fornecerão as informações que eles acharem que você precisa saber no momento e encaminharão você para outros exames de diagnóstico e consultas médicas.

Mas talvez você queira saber mais sobre o tipo de câncer que você tem, os tratamentos recomendados, todos os possíveis efeitos colaterais e buscar outras fontes. Isso irá colocar as informações que você recebeu em perspectiva e trazer outras perguntas.

Por isso, é importante encontrar fontes de informação que sejam confiáveis.

Continuar a trabalhar pode ser benéfico

Para pessoas que trabalham, a decisão de voltar ao trabalho irá depender de como você se sente e da flexibilidade do seu empregador.

Considerando que o seu corpo esteja em condições e não seja um período de imunossupressão (que deixará você susceptível aos efeitos prejudiciais de possíveis infecções), o trabalho realizado em ritmo estável, normalmente, não só reforça as finanças, mas também traz benefícios cognitivos, sociais e emocionais.

Aqui, a estratégia é determinar os riscos do seu trabalho. Especifique as dificuldades e discuta com seu gerente como reduzi-las. E, se você for o seu próprio patrão, seja gentil e flexível.

O efeito colateral mais comum de viver com câncer (antes, durante e depois de qualquer tratamento) é um tipo específico de extremo cansaço e letargia, conhecido como fadiga relacionada ao câncer. Às vezes, ela surge em conjunto com depressão não clínica e falta de esperança.

Texto: BBC News.