Novas bombas tornam ataques contra EUA mais letais no Iraque

Por Gazeta Admininstrator

Os insurgentes no Iraque estão usando bombas mais potentes e novas técnicas para atingir soldados americanos no Iraque, disse o general Carter Ham, do Estado Maior das Forças Armadas americanas, nesta quarta-feira em Washington.
A eficácia das novas técnicas e explosivos – que conseguem perfurar os veículos blindados americanos – pôde ser comprovada nos últimos dois dias, quando ataques deixaram 20 soldados dos EUA mortos.

"Nós estamos vendo técnicas diferentes usadas em um esforço para conter as iniciativas da coalizão e das forças de segurança iraquianas para proteger as pessoas enquanto elas estão se deslocando", disse Ham, segundo a agência de notícias France Presse.

"Esta é uma adaptação do inimigo muito letal e infeliz que enfrentamos dentro do Iraque", afirmou Ham.

Ham disse que um ataque nesta quarta-feira matou 14 fuzileiros navais americanos e um intérprete na cidade de Haditha, a noroeste da capital do Iraque, Bagdá.

Esta foi a mesma área onde uma emboscada matou seis outros fuzileiros na segunda-feira.

Nas áreas dos atentados, a insurreição tem aumentado.

Pelo menos 1.800 soldados americanos morreram no Iraque desde março de 2003, de acordo com a Reuters.

Nas últimas duas semanas, 45 deles morreram na área de Anbar. As forças americanas, diz a Reuters, lançaram duas grandes ofensivas na área de Haditha desde maio para tentar acabar com a insurreição.

A explosão de bombas colocadas no acostamento de estradas, que são camufladas usando-se de latas de refrigerante a carcaças de animais, é a maior causa de fatalidades entre soldados americanos no Iraque, de acordo com a Reuters.

Generais americanos manifestaram preocupação nos últimos meses com a confecção de bombas mais letais por insurgentes, inclusive com o que eles dizem ser "cargas direcionadas", que concentram o poder explosivo de maneira a penetrar blindagem dos veículos.

Jornalista

Também nesta quarta-feira, a polícia informou que o repórter americano Steven Vincent, que trabalhava como freelance para os jornais Christian Science Monitor e The New York Times, foi morto a tiros em Basra, no sul do Iraque.

Vincent foi seqüestrado com sua intérprete iraquiana na terça-feira à noite por homens armados em um carro da polícia.

O corpo dele, crivado de balas, foi encontrado horas depois ao lado de uma estrada, no sul da cidade.

Ele estava escrevendo um livro sobre Basra, onde insurgentes recentemente intensificaram seus ataques.

Vincent levou vários tiros na cabeça e no corpo. A intérprete sobreviveu ao atentado, mas sofreu ferimentos graves.

O jornalista estava em Basra há alguns meses e, em um artigo publicado recentemente pelo NYT, ele disse que a força policial havia sido infiltrada por militantes xiitas.

Ele também citou um alto oficial da polícia de Basra, que teria dito que policiais estavam por trás de vários dos assassinatos de ex-integrantes do partido Baath - de Saddam Hussein - na cidade.

Vincent também criticou as forças britânicas, responsáveis pela segurança em Basra, por ignorar abusos de poder de xiitas extremistas.