Nove furacões devem atingir EUA e Caribe, dizem cientistas

Por Gazeta Admininstrator

Nove furacões devem atingir até outubro a chamada bacia do Atlântico, região do Caribe e do sul da costa leste dos Estados Unidos, segundo pesquisadores do Benfield Hazard Research Centre (BHRC), em Londres.
O principal fator que deverá provocar os furacões são as temperaturas mornas, acima do normal, da água do Atlântico Norte tropical.

Segundo os pesquisadores, há 97% de chances de uma temporada de furacões acima do normal.

Deverá haver 15 tempestades tropicais na região como um todo, sendo nove delas furacões –quatro devem ser intensos.

Pelo menos cinco tempestades tropicais devem se abater sobre os Estados Unidos, das quais duas deverão se tornar furacões.

Duas tempestades tropicais, incluindo um furacão, deverão ocorrer na região das Antilhas.

Velocidade dos ventos

Para os cientistas britânicos, o furacão Dennis seria uma indicação de que haverá mais tempestades do que o normal neste ano na região.

Os pesquisadores usaram um novo modelo para fazer as previsões da temporada de furacões deste ano.

Se as previsões deles se concretizarem, será o segundo ano consecutivo de tempestades fortes no Atlântico. Em 2004, os furacões Charley, Frances, Ivan e Jeanne mataram centenas e provocaram danos avaliados em bilhões de dólares na região.

"Depois da destruição de 2004, os sinais climáticos atuais e projetados sugerem que devemos nos preparar para outra temporada excepcionalmente ativa em 2005", disse Mark Saunders, do BHRC.

Para calcular a ferocidade desta temporada de furacões, a equipe estudou as previsões para a velocidade dos ventos e a temperatura da superfície da água na região do Caribe e Atlântico Norte Tropical.

Esses dois fatores são importantes porque águas superficiais mornas podem provocar furacões, e a velocidade dos ventos determina sua força e se eles vão se dirigir para a terra ou não.

Ciclo

A onda de furacões de 2005 seria parte de um ciclo de flutuação da temperatura das águas.

"É um ciclo natural de um período de 50 ou 60 anos", disse Saunders.

"O último pico de atividade foi nos anos 1950 e os cientistas mapearam esse padrão de comportamento de aquecimento e resfriamento da água do Atlântico nos 150 anos anteriores, então eles têm dois ou três desses ciclos."

No entanto, Saunders acredita que o aquecimento global pode estar contribuindo para o problema.

"Acho que se deve avaliar se pelo menos parte dessa atividade se deve ao aquecimento global", disse.

"Certamente as temperaturas do mar onde os furacões se formam foram as mais quentes já registradas."

O furacão Dennis chegou antes do previsto, o que é altamente irregular e uma indicação do período difícil que deve vir.

"O furacão Dennis é o segundo grande furacão a atingir a América em julho. O primeiro foi em 1916", disse.

"Com freqüência, temporadas de alta atividade em julho tendem a ser ativas por todo o período."