O amor tem cinco fases, a maioria não supera a terceira

Por Adriana Tanese Nogueira

No começo é tudo bom. A atração pelo outro começa a surgir na pré-adolescência e vai se avolumando na juventude como uma força avassaladora que nos leva a querer o outro a qualquer custo. Todos passamos por isso. Mas todos também sabemos que manter uma relação é outra coisa. O que acontece no caminho? Qual é o segredo para uma vida de casal longa, serena e, sobretudo, enriquecedora? Segundo o psicólogo americano Jed Diamond, consultor matrimonial e especialista em psicologia masculina, o relacionamento passa por cinto etapas que, quando percorridas, uma após a outra, levam ao final feliz que todos queremos. Vejamos quais são estas “estações do amor”: 1. Apaixonar-se 2. Se tornar um casal 3. Desilusão 4. Amor verdadeiro e duradouro 5. Mudar juntos 1. Apaixonar-se Apaixonar-se é estar mergulhados em um mar de hormônios deliciosos: ocitocina, estrogênio, serotonina, testosterona, dopamina... Móleculas estas que sinalizam o mecanismo do enamoramento. Este estado é caracterizado pelo desejo e atração pelo outro, marcados por uma “estranha” sensação de bem-estar. Este bem-estar é o efeito fisiológico, diz Dr. Diamond, do ter sido invadidos pelos “hormônios do amor”. Não é o outro que nos faz estar bem, mas este coquetel hormonal que a presença do outro desencadeia. A natureza sabe o que faz: sem um irresistível mecanismo de atração entre os sexos, como nossa espécie teria sobrevivido? 2. Se tornar um casal E eis que a atração mútua vira relacionamento estável. Os dois se tornam um casal, os sentimentos predominantes são sensações de proteção, união e alegria. Nesta etapa se aprende a entender o que o outro gosta e nossas vida se expandem para alem de nós mesmos. Conhecemos novas atividades, pontos de vista, sabores e lugares. A vida se torna mais interessante. Não somos mais solteiros e começamos a viver o “nós” em todas as suas nuanças. Este parece ser o ápice da relação, o paraíso alcançado... 3. Desilusão Não demora que começamos a perceber aquelas “pequenas” coisas que nos incomodam no outro. Começar a duvidar do outro, de seu amor, das nossas escolhas e até a nos sentirmos presos. O relacionamento pode terminar ou continuar no sentimento de frustração. Acredita-se que não há mudança possível, que fomos enganos, que “ele não vai mudar” e que é preciso “aguentar”. Esta escolha só leva a mais amargura. O amor antigo parece esvair-se. Esta é a hora de procurar ajuda terapêutica. A verdade é que nesta fase começamos a enxergar o outro para além do coquetel hormonal paradisíaco. Começamos a perceber as diferenças que podem e devem ser superadas. É preciso coragem, compreensão recíproca, aceitação, consideração e respeito. É preciso entender que muitos dos problemas que vemos no outro são na verdade nossos e é por isso que um caminho de psicoterapia individual e/ou de casal é tão importante. 4. Amor verdadeiro e duradouro Superando o terremoto anterior, os dois se tornam aliados. A aceitação do que cada um é prevalece. Somente agora é possível ter um projeto de casal, algo estável e criativo. Se antes havia conflitos e dor, agora é possível redescobrir a intimidade, a cumplicidade e a proteção recíproca. Esta fase só ocorre após cada um ter curado as próprias feridas interiores, no lugar de esperar que seja o outro a curar o que é problema nosso. 5. Mudar juntos O casal unido de verdade, que se conhece e que, graça aos desafios da relação, cresceu, pode agora ser um instrumento de transformação coletiva, começando pela família, amigos e comunidade. A evolução individual, assumida e percorrida, leva ao surgimento do casal como união criadora que necessariamente irá influenciar positivamente tudo que está à sua volta.