O bom exemplo do Brasil no conflito entre Israel e Líbano

Por Gazeta Admininstrator

Folclores à parte, existe uma consciência muito verdadeira, entre todos os brasileiros, de que nós somos um povo de paz. Apesar da incontrolável violência social-urbana que assola nossas grandes metrópoles há mais de duas décadas, assume-se – e creio que isso seja verdade – que a natureza fundamental do Brasil é uma Natureza de Paz.

O mundo segue vivenciando sua jornada de sangue, crimes constantes contra a humanidade.
A guerra entre Israel e Líbano (leia-se Sul do Líbano controlado pelo Hezbollah aber-tamente apoiados por Síria e Irã e por 87% de toda a população árabe da região) é apenas um novo (novo?) capítulo onde rivalidades e ódios milenares se sobrepõem a todo e qualquer lampejo de bom senso.

O Brasil tem uma expressiva população judia. Tem igualmente uma imensa comunidade libanesa, e síria, e palestina (menor, mas representativa).
Entretanto, tanto judeus quanto palestinos, libaneses e seus simpatizantes foram às ruas de São Paulo no último domingo para pedir PAZ.

Embora o conteúdo político em ambas as manifestações tenha sido evidente, com acusações de parte a parte, o que se viu foi um sentimento de verdadeira ansiedade pela Paz.
As chances de Paz sempre foram quase inexistentes entre Árabes e Judeus. Parece que estes históricos inimigos, vivem dentro de uma espécie de “cegueira da religião”. Esses milenares “rivais”, povos na verdade irmãos, escrevem a mais longa história de sangue derramado por uma causa onde parece que nenhum dos oponentes demonstra a menor disposição em ceder.

Sem renúncia, jamais haverá conquista. Sem mútua compreensão de direitos e deveres, jamais haverá Paz.
Nós, que não somos nem Árabes nem Judeus, ficamos estarrecidos com a longevidade de um conflito de proporções tão catastróficas. Queremos apenas Paz.
A mesma Paz que também desejamos ver conquistada na “guerra” que há duas décadas se trava entre os novos “senhores” do Brasil, o crime organizado em Rio, São Paulo, Recife e outras grandes capitais do país.

Enquanto acompanhava o noticiário de Globo e Record sobre as manifestações de Judeus e Árabes em São Paulo no domingo, “passeando” pelos noticiários da CNN e FOX, ficamos estarrecidos com a mais nova “estratégia” dessa guerra ensandecida:
Do lado Israelense, a nota mais cruel do dia foi a morte de 20 garotos libaneses que jogavam “pelada” na manhã de domingo na Zona Sul de Beirute, atingidos fatalmente por um míssil israelense.
Não há como ficar indiferente às lágrimas inocentes de um menino de 9 anos que viu 20 de seus amiguinhos serem despedaçados quando apenas jogavam bola, tentando “escapar” da realidade de ódio e destruição que os cerca. Como pedir que os demais amiguinhos, os demais jovens libaneses “apaguem” essa imagem calamitosa de suas mentes para o resto de suas vidas?

Do lado Árabe do Hezbollah, a “chuva” de mísseis que se abateu sobre a região central de Haifa, matando dezenas de israelenses enquanto dormiam. As expressões de sofrimento e dor dos parentes das vítimas eram o “cartão postal” de um plano infinito de inconformidade e vingança. A violência entre Árabes e Israelenses parece ter se transformado num “modus vivendi”, sem a qual parece que esses povos não enxergam o sentido da vida. Não há nenhum sinal em direção à concórdia. Todos os sinais são de agressão, violência sem limites, carnificina que já não poupa idosos, mulheres e crianças. É , indiscutívelmente, um clima de “guerra do fim do mundo”. Deus se apiede de todos nós.

Nesse momento me lembro do gênio brasileiro de Taubaté, Monteiro Lobato, que numa de suas obras primas, “A Reforma da Natureza”, sugeria que as Nações Unidas, diante da total incapacidade de solucionar os mais simples problemas do mundo, apela para a sabedoria de Dona Benta para que ela arbitre os humores letais das rivalidades do planeta.
Que bom se a mensagem de paz e concórdia ao mundo fosse dada por um espírito de amor e generosidade como o de Dona Benta. Nela estaria representada de forma inequívoca essa vocação que está no coração de todo brasileiro: a PAZ !