Corpo de 16ª vítima da tragédia em Mariana é identificado pela família

Por Gazeta News

O corpo de Antônio Prisco, de 73 anos, reconhecido pelos familiares no dia 11, é o 16º encontrado pelas equipes de resgate em Mariana, Minas Gerais, depois do rompimento da barragem de Fundão, no dia 5 de novembro.

Totó, como era conhecido, o mais velho entre as vítimas da tragédia, era morador de Bento Rodrigues, distrito destruído pelo "mar de lama". Segundo a Polícia Civil, o corpo dele foi encontrado pelos bombeiros nesta sexta-feira.

Mesmo com o reconhecimento, Carlos Reis, sobrinho do idoso, diz que o alívio não é completo. “Por um lado é bom porque achou o corpo dele, mas, por outro, é ruim porque perdemos ele”, lamenta.

Totó morava em uma das primeiras casas atingidas. Ele foi alertado sobre a aproximação da lama, porém, segundo o sobrinho, de onde estava, não conseguiu ouvir o aviso.

O comandante da Companhia de Busca e Salvamento, tenente Leonard Farah, explica que ele foi encontrado no distrito de Camargos, a cerca de 20 quilômetros de Bento Rodrigues, seguindo pelo leito do rio. O militar afirma que, diferentemente de outros corpos, o de Antônio Prisco estava mais conservado.

Segundo o tenente, os retos mortais do idoso ficaram por muito tempo soterrados pelos rejeitos de minério e foram localizados depois que a chuva levou embora certa quantidade de lama. Com isso, parte do corpo veio à superfície, sendo visualizada pelos bombeiros.

Três pessoas continuam desaparecidas. Ailton Martins dos Santos e Vando Maurílio dos Santos eram motorista de caminhão-pipa terceirizados e prestavam serviço para a mineradora. Já Edmirson José Pessoa era empregado da Samarco. As buscas continuam.

Tragédia

No dia 5 de novembro, mais de 30 milhões de m³ foram despejados pela barragem, afetando vários distritos, 35 cidades em Minas Gerais e no Espírito Santo, além de contaminar o Rio Doce.

Até agora, 48 pessoas já foram ouvidas pela Polícia Civil. O delegado Rodrigo Bustamante, que preside o inquérito que investiga as causas e os responsáveis pelo desastre, interrogou o presidente da Samarco, Rodrigo Vescovi, além de técnicos, funcionários que trabalhavam em Fundão no momento do rompimento e familiares das vítimas.

Fonte: G1.