“O encanto acabou” - famílias brasileiras contam como o tiroteio em Parkland afetou suas vidas

Por Marisa Arruda Barbosa

muitas crianças entraram em choque. Esse é um processo bem complicado e eles são apenas crianças com idade entre 14 a 18 anos. Está sendo ainda um período bem complicado, mas vamos dar a volta por cima”. Daniela relatou aumento nos treinamentos, mas quase em overdose. “Os treinamentos para atirador ativo por um tempo foram quase diários. Nem sempre eles avisam que vai ter, então minha filha e seus colegas têm passado por muitas situações de stress e muitos começam a chorar”, disse. “Tanto as escolas quanto a cidade de Parkland têm agora um excesso de policiamento. Vemos polícia em todo o lugar. Isso é positivo, porém também negativo porque isso nos relembra o tempo todo do ocorrido”. Daniela diz que sabe que seus filhos jamais gostariam de voltar para o Brasil, mas ela diz que tem vontade de pelo menos se mudar para Orlando. “Mães de Parkland” Flávia e Daniela fazem parte de um grupo de apoio de mães brasileiras, chamado “Mães de Parkland”. O grupo se formou dias após o tiroteio e o Consulado Brasileiro disponibilizou apoio psicológico, assim como o Centro Comunitário Brasileiro. Muitas famílias continuam recebendo ajuda. Mudanças Tanto Flávia quanto Daniela veem o aumento do policiamento e melhor monitoramento da segurança. Mas ainda há muitas falhas. “Eu acho por exemplo que todos os carros que têm acesso à escola deveriam ter um adesivo de identificação, além de outros pontos. Mas o grande problema está no controle da posse de armas”, opinou Flávia. “Eu acho que deveria ser obrigatório todas as pessoas que possuem armas terem que fazer exames psicológicos”. Quando à falta de preparo da escola e da polícia para lidar com o massacre, Flávia diz ser inaceitável. “Infelizmente, isso (tiroteios) é uma coisa que existe aqui nos Estados Unidos. Então eles precisam estar preparados. Sabemos que não irá haver um desarmamento nos EUA, mas pelo menos precisa ter um controle maior de quem porta uma arma. Só falaremos em uma solução do problema quando a lei for mais vigorosa em relação ao porte de armas. Se há treinamento dentro da escola para o caso de um atirador ativo, como não sabiam que isso poderia acontecer?” Leia mais sobre o ataque à escola nos links abaixo Famílias dos mortos no tiroteio da Stoneman Douglas receberão US$ 400.000 Após tiroteio, Marjory Stoneman Douglas High School retoma atividades Jogo de videogame que simula tiroteio em escola irrita pais de Parkland Doações para a NRA triplicaram após tiroteio em Parkland