O exercício pode ajudar na diminuição do apetite?

Por Ivani Manzo

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A luta contra a obesidade parece não ter fim. A ciência caminha a passos largos, mas parece que nunca alcança a solução.

Muitas pessoas atribuem a obesidade a problemas hormonais, porém, apenas 2% da obesidade mundial é devida a esse fator. Os 98% restantes têm como causa um conjunto de fatores. Sedentarismo, alta ingestão de calorias e compulsão alimentar estão entre os principais motivos.

O trabalho de conscientização sobre a alimentação correta e pela prática de exercícios físicos está sendo feito por inúmeros pesquisadores, professores, médicos e nutricionistas. O exercício, em especial, tem se mostrado um grande aliado não só no aumento do gasto energético e melhora no funcionamento do organismo, como também no controle do apetite.

Talvez, o mais difícil para aqueles que desejam combater a obesidade seja controlar a vontade de comer, e de comer o que engorda! Há, sem dúvida, um vício em alimentos ricos em gorduras. É mesmo muito difícil porque mexe com o humor e com o bem-estar. A abstinência não é simples de ser vencida.

Alguns estudos, porém, têm mostrado que os exercícios podem também auxiliar nesse ponto. Hoje, é bem determinado que os exercícios podem agir sobre o apetite e ingestão alimentar. Apenas uma sessão de exercício já é capaz de alterar a produção de hormônios que atuam do gasto energético. E, sabe-se também que exercícios de alta intensidade podem influenciar na diminuição do apetite mais que exercícios moderados e leves. Isso ocorre com mais intensidade nas primeiras horas após o treino.

Contudo, estudos mais antigos mostraram também que os exercícios moderados e leves praticados por indivíduos obesos podem agir como “licença para comer”. Unindo essas informações encontramos um ponto de difícil solução. As pessoas obesas têm dificuldade em fazer exercícios de alta intensidade, que são aqueles que diminuem o apetite. Por outro lado, os exercícios moderados e leves podem ser encarados como “licença para comer”.

A saída para esse impasse é paciência e determinação. Reeducação alimentar bem orientada, programa de exercícios individualizado com acompanhamento. O problema não será resolvido em semanas, e sim em alguns meses. A obesidade é uma síndrome multifatorial e a solução está em um trabalho envolvendo diferentes especialidades.

Acredito que o mais importante seja o desejo da própria pessoa. Ela tem que querer e entender a necessidade de cura. Sim, cura! Obesidade é uma doença e não uma questão estética.