O fim do pão francês

Por Gazeta Admininstrator

No Brasil, quando você entra em um bar e pede uma média e pão com manteiga, a maioria dos estabelecimentos irá servir um copo de café com leite e um pãozinho francês com manteiga. Nos EUA, segundo o dicionário de “português-inglês”, o pão francês é traduzido como “roll”. O prazer de comer um pãozinho francês com manteiga ou queijo prato pode estar com o tempo contado. Segundo as universidades Stanford e Columbia, nos EUA, o trigo, o arroz, o milho e a soja estão sendo afetados diretamente pelo aumento da temperatura, portanto, o pão francês é a mais nova vítima do aquecimento global. Apesar do aumento da safra do trigo no mundo, impulsionado pelo implemento de novas tecnologias agrícolas, o aquecimento global está freando um crescimento de safra que poderia ser muito maior. Segundo os cientistas norte-americanos, o impacto das mudanças climáticas nas quatro culturas que representam 75% das calorias consumidas pelos seres humanos. Os cientistas estudaram médias de temperatura e chuva ocorridas no período de 1980 e 2008, de colheitas e previsão de resultados agrícolas. No estudo, a produção de trigo foi 5,5% menor do que seria se os termômetros não tivessem subido. A de milho também foi afetada, encolhendo 3,8%. Já lavouras de soja e de arroz não tiveram alterações. Em afirmação publicada na revista Science: “Em alguns países, as tendências climáticas foram fortes o suficiente para compensar parcela significativa do aumento de produção das lavouras trazido pela tecnologia, fertilização com dióxido de carbono e outros fatores”. Segundo o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), o estudo é importante, mas deveria incluir o período mais longo de tempo para análises mais corretas, o climatologista brasileiro, José Marengo, afirma: “Os anos estudados são os extremos mais quentes. Eles deveriam ter considerado também as décadas de 1960 e 1970, mais frias. Isso poderia ter mostrado uma redução potencial menor das culturas”. Para o cientista brasileiro, o estudo das universidades norte-americanas ignorou a adaptação das lavouras como alternativa para enfrentar os desequilíbrios do clima, como por exemplo, a criação de variedades de culturas mais resistentes e o desenvolvimento de tecnologias agrícolas mais específicas. Analisando o estudo, no período de 1980 a 2008, os EUA foi o país que mais poluiu, porém, não há registro de aumento de temperatura nem de perda de produção das quatro culturas citadas pelos cientistas norte-americanos nos registros da pesquisa, fatores que geram dúvidas sobre o estudo. Afinal, não faltará “roll” na casa de Tio Sam?