O Futuro é Agora - Negócios & Empresas

Por BBG

ouro

A vida está cheia de imprevistos, mas a morte não é um deles. Previsível e inevitável é a única certeza que temos. Negar ou fingir que não vai acontecer é fechar os olhos para as providências necessárias.

Tão certo quanto viver é morrer. Compreensivelmente, ninguém gosta de falar sobre o tema. Afinal, não dá para vivermos o cotidiano pensando que vamos morrer. Tampouco, queremos passar o tempo pensando que, de repente, uma doença grave pode nos acometer, comprometendo nossa capacidade para o trabalho ou mesmo nossa habilidade de pensar ou decidir. Difícil desenvolver um relacionamento saudável com tais possibilidades, mas a verdade é que fazem parte do pacote e o recomendável é prevenir-se, deixando estabelecido em vida o rumo que será dado ao patrimônio pessoal e corporativo. Idem na eventualidade de um indesejável diagnóstico médico. Decisões importantes, que envolvem bens e o futuro da própria família são, sem dúvida, mais seguras enquanto a saúde nos permite gozar dos benefícios da lucidez. Deixar de tomar as devidas providências, expondo-se ao acaso, é delegar poder de decisão a terceiros, o que pode terminar em prejuízos, estes, sim, previsíveis e possíveis de serem evitados.

Enquanto a prevenção é confiável, a sorte carrega o peso da incerteza. Quando o assunto é a segurança futura, arriscar é oficializar problemas. O histórico de algumas empresas familiares tem mostrado quanto o ato de postergar um planejamento custa caro. Há um ângulo psicológico e outro prático. De um lado, motivadas pelo desconforto em lidar com o assunto, as famílias adiam as providências práticas, que poderiam evitar os problemas futuros. Do outro, há o desconhecimento dos procedimentos e dos mecanismos de proteção aos patrimônios pessoal e empresarial. Muitos dos problemas podem ser resolvidos com medidas até comuns. Por exemplo, a aquisição de boas apólices de seguro. Esta forma simples de operar pode gerar fundos suficientes para que os herdeiros, detendo maior liquidez, consigam enfrentar as primeiras despesas e contratar profissionais para representar legal e operacionalmente os interesses da família e, ao mesmo tempo, manter a qualidade e a competitividade da empresa, além da estabilidade familiar dos acionistas.

Muitos empresários procuram manter um nível menor de investimentos líquidos, reinvestindo em imóveis ou na estrutura industrial e logística da empresa. Estes fazem parte do primeiro segmento a ser tocado pelos herdeiros, tanto para o próprio sustento, quanto para arcar com os custos do inventário, entre outras necessidades associadas à perda do provedor. Com o fluxo de caixa comprometido, mas com liquidez nas mãos, é comum os herdeiros venderem parte dos bens para contornar a situação de imediato. Até o próprio negócio pode entrar na lista e rapidamente a dilapidação faz com que o patrimônio construído durante anos comece a se escoar pelos dedos.

SUCESSO E PLANEJAMENTO = UMA BOA PARCERIA Da mesma forma que se busca o sucesso dos negócios, através de um planejamento estratégico, é igualmente importante o planejamento de sucessão e proteção de ativos, que também deve ser rotina da vida empresarial. Por razões de interesses comuns, uma boa administração empresarial e familiar deve estabelecer regras que considerem ambos objetivos no mesmo plano. As preocupações do empresário são a preservação do patrimônio e a defesa dos bens familiares, que possam garantir na sua ausência a segurança futura da família.

Em muitos casos, limitações determinadas por várias razões, podem comprometer a capacidade de administração e o desempenho dos herdeiros. Um bom planejamento sucessório deve prever, também, alternativas que garantam a estabilidade da empresa, buscando outras formas e fontes administrativas, tanto para a continuidade da empresa quanto para manter o suporte que a mesma provê aos familiares, mesmo após a morte ou na eventualidade da incapacitação física ou mental do líder do negócio.

Outros fatores a serem considerados são a complexidade da legislação brasileira com sua pouca flexibilidade, o momento econômico e o ambiente sóciopolítico, que podem influenciar o comportamento da vida empresarial. Entre outras medidas de proteção, considerar a possibilidade de internacionalização do controle do patrimônio e dos negócios é uma alternativa viável indicada para garantir a estabilidade do fluxo administrativo da empresa. Uma assessoria técnica competente pode buscar em ordenamento jurídico externo as melhores condições, personalizando um planejamento seguro para proteger o patrimônio pessoal e empresarial. Aconselhamento especializado é prevenção prioritária para evitar que o futuro seja decidido pela incerteza da sorte.

Coluna do BBG - Brazilian Businness Group Aloysio Vasconcellos Presidente do BBG e da Westchester International Corp., FL www.brazilianbusinessgroup.com www..westchester.eu