O legado que deixamos é o espelho do que somos e construímos em vida - Negócios & Empresas

Por Gazeta News

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Octavio Cardoso é Diretor do Westchester Financial Group

Avô rico, pai remediado, filho pobre. Tão certeiro quanto o conhecido mote é a realidade da família de quem não planeja o futuro do próprio negócio. São conhecidos e não raros, os casos de grandes empresas de abastadas famílias, cujo patrimônio não resiste três gerações. Não se trata apenas de falta de planejamento e previsão acurada sobre as possibilidades futuras. É também um descaso de comportamento, atrelado ao tabu, que recusa a oficializar a única e paradoxal certeza que temos em vida: a morte.

Seu negócio está preparado para sua morte? Chocante? A princípio pode parecer, no entanto é apenas mais um dos componentes do planejamento empresarial, que embora mórbido, faz parte da vida das pessoas físicas e jurídicas. Considerar o que acontecerá com a família e com o patrimônio após a morte é uma questão de responsabilidade consciente. Buscar dispositivos que assegurem a continuidade do negócio é medida preventiva de quem zela por aquilo que construiu com tanto trabalho. A preservação de um patrimônio só é garantida com planejamento adequado.

Proteger a vida futura e as condições saudáveis de um negócio é também defender a história de vida pessoal e deve ser procedimento de rotina, da mesma forma como mantemos o seguro do carro, da casa ou de outros bens, para suportar as eventualidades. A morte é a única regra da vida que não admite improvisação.

Paradigma

Ninguém gosta de tocar no assunto ou conviver rotineiramente com a possibilidade da morte, mas a verdade é que ela inegavelmente faz parte do contexto, e quando se trata de negócios e patrimônio não deve ser diferente. Do contrário, é delegar nossas conquistas de uma vida inteira à aleatoriedade do destino. Sem planejamento preventivo, os riscos de uma fortuna se esvair repentinamente na ausência do seu fundador são maiores e neste caso, de que adianta trabalhar tanto e construir um patrimônio?

Quebrar paradigmas nunca foi tarefa fácil, e considerando a natureza do tema, queremos ficar bem longe dele. O futuro de um negócio não pode ficar por conta do acaso e na pendência das suposições, esperando que o pior não aconteça. As histórias das grandes fortunas dilaceradas ao longo do tempo indicam com clareza que a falta de planejamento divide os patrimônios indiscriminadamente, ao invés de fazê-los crescer de geração em geração. O cuidado preventivo é o único meio de preservar um patrimônio e garantir que o legado se perpetue entre os descendentes.

Em mercados evoluídos, como o norte-americano e o europeu, lidar com a imprevisibilidade também faz parte integrante e ativa da gestão empresarial. Os riscos podem ser derivados dos mercados e suas oscilações, das forças da natureza, e até de eventos oriundos da pessoa física que se irradiam à propriedade e fruição dos investimentos acumulados.

Nos últimos anos, temos testemunhado a queda súbita de empresas e investidores individuais que, ao investir nos mercados, sejam mobiliários ou imobiliários, tudo perdem, por não avaliarem corretamente seus riscos e muito menos por não buscarem proteções adequadas para a hipótese de perda. Todos empresários, não importa seu tamanho e até mesmo experiência, têm a obrigação de planejar, proteger e previnir, assim minimizando, riscos e desastres retumbantes lançando por terra tudo que amealharam e evitando , na esteira de suas agruras, arrastar os interesses de suas famílias e de seus parceiros comerciais, que de seus sucessos também dependem.

A consulta a especialistas dedicados à assessoria de riscos e sua proteção é primordial ao sucesso do bom e moderno empresário.