O presente de Deus - Pense Green

Por Fernando Rebouças

“Pedi e se vos dará. Buscai e achareis. Batei e vos será aberto. Porque todo aquele que pede, recebe. Quem busca, acha. A quem bate, abrir-se-á.” Mateus 7 , versículos 7 ao 8.

No Natal, comemorado anualmente no dia 25 de dezembro, sempre pensamos previamente na história de vida do aniversariante, Jesus Cristo. Nem sempre. Quando se aproxima o mês de dezembro, nós, seres humanos, pensamos nos presentes, nas compras, no ganho extra do final de ano e na ceia de Natal.

Sabemos que é importante a troca de presentes entre amigos e familiares, a confraternização ao redor de uma mesa e a esperança de um Natal feliz, e de um próspero ano novo. Porém, Deus quer nos dar algo muito maior diariamente, e no contexto da história religiosa cristã, Ele nos deu seu filho amado para nos ensinar a viver melhor e a sermos vitoriosos.

Deus nos convida por meio da passagem citada no início deste texto a termos firmeza para as conquistas essenciais de nossa vida espiritual e material. Toda conquista é louvável, desde que a mesma não seja sinônimo de consumismo em excesso, prejudicial a nossa saúde e ao equilíbrio ambiental da Terra.

Além das conquistas pessoais, temos que buscar soluções coletivas e ambientais para um mundo mais justo e melhor. Na passagem de ano sempre pedimos por nós e por nossas famílias, muita saúde, muito dinheiro e coisas materiais necessárias ao nosso dia-a-dia, mas esquecemos de algo fundamental, o Natal comemora o nascimento de um homem que revolucionou o pensamento religioso e filosófico de uma época, mensagem que se renovou no decorrer dos tempos e que permanece presente, um homem que nos ensinou a ajudar alguém nem que fosse com um copo de água fresca e a repartir o pão.

Considerando o pensamento do aniversariante, estamos ainda distantes de seus ensinamentos. Como Ele mesmo disse, “Buscai e achareis”, e o que nós estamos buscando e achando? Temos o compromisso urgente de buscar e construir um mundo melhor, com os ecossistemas preservados, com satisfatório acesso ao alimento e à quantidade justa de água potável para uma população mundial de 7 bilhões de pessoas que, diariamente, busca seus sonhos destruindo a natureza sem saber.

O que nós estamos achando? Guerra e conflitos em todos os níveis sociais e diplomáticos; sede, fome e uma violência que mantém uma indústria lucrativa e destruidora, principalmente, nos países mais pobres, órfãos de direitos humanos e de instituições incorruptíveis que possam defender mulheres, crianças e homens desempregados. Na mesma passagem, o mestre Jesus continua: “E , se lhe pedir um peixe, dar-lhe-á uma serpente?” Nós sonhamos com peixes, mas ainda compartilhamos serpentes, pois os nossos atos mantêm a destruição inconsciente da natureza e do próximo. A nossa mesa é mérito de nosso trabalho e temos o direito de tê-la. Mas, ao invés de pensar o Natal somente como uma festa ou consumo de coisas necessárias, repense com as seguintes palavras do mestre: “Tudo que quereis que os homens vos façam, fazei vós a eles”. O mundo que tanto colocamos no nosso estômago não salva a todos, mas o mundo que nós sonhamos está distante de nossas ações, mas ainda presente nos ensinamentos de nosso ilustre aniversariante. Devemos pedir e buscar para achá-lo. Esse é o presente de Natal.