O que existe de real em uma cirurgia bariátrica?

Por Ivani Manzo

Você já ouviu alguém que está comendo muito dizendo que se não tiver mais jeito irá fazer uma cirurgia de redução de estômago? Está cada dia mais comum ouvir isso de pessoas obesas. Mas acredito ser mais uma maneira de falar; não pensam na cirurgia e no pós-cirúrgico, apesar de existir toda uma preparação psicológica, nutricional e claro esclarecimento sobre o procedimento. Além disso, depois da cirurgia muita coisa difícil irá acontecer. E isso pode durar alguns anos. A anemia é uma das consequências mais comuns. Claro que você está pensando que basta seguir o que médico e o nutricionista indicam que não vai acontecer. Mas lembre-se que a obesidade se instalou justamente porque a pessoa não ouvia, ou melhor, não seguia as recomendações. Falta de vitamina B12, insônia, síncope vasovagal, compulsão por alimentos ruins, alcoolismo entre outros, são alguns resultados. A síncope vasovagal é uma reação de parte do sistema nervoso que baixa a pressão arterial (que pode levar ao desmaio), aumento dos movimentos peristálticos - que pode provocar evacuação involuntária e eliminação de urina também (aí você vai desejar ter desmaiado)-, escurecimento da visão e claro um grande mal-estar. Tudo isso durante um longo período de alimentação líquida, sem um “gruminho” sequer, depois alimentação pastosa e depois sólida. Sem falar que a quantidade deve ser mínima e pode ser aumentada aos poucos. Sem pensar muito, é fácil perceber que é impossível uma boa nutrição com esse tipo de dieta. Será necessário injetar vitaminas e suplementar claro. Contudo não consigo deixar de pensar que todo esse sacrifício, risco de morte e efeitos colaterais graves poderiam ser evitados se houvesse maior conscientização e conhecimento do que é uma boa alimentação. Se é possível comer pouco depois de uma cirurgia, por que não seria possível comer pouco antes da cirurgia?