Obama conquista candidatura democrata

Por Gazeta Admininstrator

Depois de 16 meses e 54 prévias, o senador Barack Obama anunciou ter ultrapassado ontem a marca de 2.118 delegados e superdelegados necessários para conquistar a candidatura do Partido Democrata à presidência dos EUA. A certeza veio antes do encerramento da votação das últimas prévias, em Dakota do Sul e Montana, graças a uma enxurrada de apoio de superdelegados e a projeções de TVs e da Associated Press.

“Hoje acaba uma travessia histórica e começa outra, que trará um novo e melhor dia para os EUA”, afirmou Obama à noite a 18 mil partidários no Xcel Energy Center, em St. Paul, Minnesota (por sinal, o local onde o partido adversário, o Republicano, fará sua convenção). “Hoje já posso dizer a vocês que serei o candidato do Partido Democrata à presidência dos EUA.”

Pouco antes, em discurso em Nova York, Hillary Clinton saudou Obama por uma “disputa extraordinária”, mas negou-se a admitir a derrota, afirmando que decidirá nos próximos dias o que fazer.

Em St. Paul, o primeiro negro a ser candidato à presidência por um grande partido elogiou sua rival: “Hillary Clinton fez história nesta campanha não só por ser uma mulher que fez algo nunca antes feito por uma mulher, mas porque é uma líder que inspira milhões de americanos com sua força e coragem.”

Obama quer conquistar os 17 milhões de eleitores de Hillary durante as primárias e serão essenciais para o candidato democrata nas eleições de novembro. Segundo Obama, o partido não sairá dividido do ciclo de primárias. “Por causa das prévias, milhões de americanos votaram pela primeira vez”, assinalou o senador. “Há independentes e republicanos que entendem que esta eleição é sobre a necessidade de mudar Washington. Há jovens, negros, hispânicos e mulheres de todas as idades que votaram em número recorde e inspiraram a nação.”

O senador também mostrou qual será o formato de seu discurso contra o adversário republicano, o senador John McCain. Apesar de elogiar o heroísmo de McCain, Obama tenta abortar a tentativa do republicano de se retratar como independente do presidente George W. Bush e como agente de mudança.

“McCain não representa mudança, ele votou com George W. Bush 95% das vezes no Senado, no ano passado; ele oferece mais quatro anos de políticas econômicas de Bush que não conseguiram criar empregos bem remunerados”, disse Obama. Ele atacou o continuísmo de McCain na política para o Iraque. “Essa é uma política que procura motivos para ficar no Iraque, enquanto gastamos bilhões numa guerra que não está tornando os americanos mais seguros.”