Obama diz que reforma não deve ser aprovada antes de agosto

Por Gazeta News

obama

O presidente Barack Obama admitiu pela primeira vez, no dia 16, que é pouco provável que a Câmara dos Deputados de maioria republicana aprove a reforma da imigração antes do recesso de um mês em agosto.

Em entrevistas gravadas para quatro telejornais hispânicos, Obama disse acreditar que os republicanos precisam de mais tempo para lidar com as preocupações relacionadas à segurança fronteiriça e à mudança demográfica nos Estados Unidos.

“Não acredito que analisem (a reforma) antes do recesso de agosto”, declarou Obama, em entrevista à afiliada da “Telemundo” em Dallas.

Depois que o Senado aprovou um exaustivo projeto de lei que inclui a possibilidade de cidadania para milhões de imigrantes indocumentados que vivem nos Estados Unidos, Obama sinalizou que a Câmara tinha “tempo mais que suficiente” para revisar a proposta e aprová-la antes do recesso de agosto, quando os parlamentares saem de Washington e voltam para seus respectivos distritos.

Mas, desde então, os republicanos da Câmara têm deixado claro que irão propor as suas próprias reformas e também um plano para abordar o tema da imigração em projetos de lei menores.

Obama, que fez da reforma da imigração a prioridade de seu segundo mandato, disse que havia “perigo” ao tratar o tema da imigração em partes separadas. Estratégia O presidente está escolhendo uma estratégia diferente em relação a outras campanhas que fez para convencer a oposição. Ao contrário da viagem de campanha que fez pelo seu plano de mudança no sistema de saúde em 2010, Obama não fez planos de viagem para reuniões sobre a reforma imigratória, disse a “Reuters”. Em vez disso, ele realizou reuniões menores, com corporações e grupos latinos. Ele também enviou o conselheiro econômico Gene Sperling para falarem publicamente de estudos de como o caminho para a cidadania de imigrantes irá ajudar na economia dos EUA em longo prazo.

O deputado republicano Paul Labrador, de Idaho, que até pouco tempo fez parte de um grupo de trabalho e está aberto ao projeto de reforma, disse que a tentativa de Obama de passar a lei do controle de armas este ano é um exemplo do por que nem sempre é uma boa ideia o presidente viajar em campanhas. “O que me lembro é que a última vez que ele viajou por uma grande discussão ele acabou com ela”, disse Labrador. Clima entre deputados republicanos Os deputados republicanos estão se opondo a várias partes da versão do Senado do projeto de reforma e estão falando em passar vários projetos de leis para acabar com muitos problemas em relação à imigração, mas não necessariamente um caminho para a cidadania.

Democratas se opõem a projeto que não inclua a cidadania

O Senador Charles Schumer (D-NY) disse, depois que ele e os outros três senadores democratas que ajudaram a redigir o projeto de lei de reforma imigratória bipartidário se reuniram com outros democratas na Câmara, no dia 9, que sem o caminho para a cidadania não haverá proposta. Essa exigência pode indicar uma longa batalha entre os dois partidos sobre qual deva ser o perfil da reforma imigratória, enquanto vários republicanos da Câmara demonstram resistência em aprovar a legalização dos estimados 11 milhões de imigrantes indocumentados.

“A América sempre defendeu a liberdade”, disse Schumer. “Nós temos a Estátua da Liberdade aqui. Nunca foi dito que você chegasse aqui e se tornasse um cidadão de segunda classe. Nós não defenderemos isso. Isso não acontecerá”.

O presidente Barack Obama também adiantou que não assinará uma lei que não inclua a possibilidade de legalização dos imigrantes. O porta-voz John Boehner (R-Ohio) ainda não apresentou a proposta aprovada pelo Senado.