No dia seguinte das eleições em que seu partido sofreu duras derrotas, o presidente Barack Obama não mostrou sinais de que pretende recuar em relação ao uso do poder executivo para a reforma imigratória.
“Antes do final do ano, nós tomaremos ações legais”, disse o presidente a repórteres na Casa Branca, embora tenha negado dar detalhes sobre como sua ação será.
“Eu acho que é justo dizer que eu mostrei muita paciência e tentei trabalhar de forma bipartidária. Eu continuarei tentando trabalhar desta forma”, disse Obama. “Eu disse consistentemente que é a minha profunda preferência e interesse de ver o Congresso agir em relação à lei de reforma da imigração”.
“O que não podemos fazer é continuar esperando”, acrescentou. “Existe um custo em esperar”.
Obama relembrou sua conversa com o porta-voz da Câmara, John Boehner (R-Ohio) no ano passado, quando um grupo bipartidário no Senado trabalhou em um projeto de lei de reforma da imigração. Quando tornou-se claro que Boehner não traria o projeto de lei do Senado para votação, Obama disse que se sentiu obrigado a fazer tudo que possa dentro da lei para se assegurar que o sistema não ficaria ainda pior, com a esperança que o Congresso substituiria suas ações com uma medida a longo prazo.
“Você me manda uma lei que eu possa assinar e essa ordem executiva vai embora”, disse o presidente.
Em um pronunciamento antes do de Obama, o senador Mitch McConnell (R-Ky.), que foi reeleito e será o próximo líder da maioria do senado, disse em uma coletiva que os republicanos poderiam se dedicar à reforma imigratória, mas as chances de isso acontecer diminuiriam caso o presidente assine a ordem executiva.
“Eu acho que a escolha do presidente de fazer várias coisas unilateralmente seria um grande erro”, disse McConnell. “É uma questão que muitos dos meus membros querem cuidar de forma legislativa. Espero que ele não faça isso, pois eu penso que envenenará a oportunidade de consertar uma questão doméstica muito importante”.
Comentando as palavras de McConnell, o presidente disse que sua ordem executiva não impedirá a ação do Congresso e que na verdade ele espera que seja um incentivo.
“Tenho certeza que alguns republicanos ficarão enraivecidos e frustrados com minha ordem executiva, mas esses são geralmente os mesmos que são duramente contra a reforma da imigração e bloquearam a Câmara de passar o projeto de lei bipartidário”.