Obama tomará posse como primeiro presidente negro da história dos EUA

Por Gazeta Admininstrator

Os Estados Unidos irão empossar nesta terça-feira em Washington o primeiro presidente negro de sua história, o democrata Barack Obama, que chega ao poder prometendo fortes mudanças na economia e na política exterior da maior potência mundial.

Obama, de 47 anos, irá suceder no cargo o republicano George W. Bush, de 62, cuja presidência de dois mandatos esteve marcada pelos atentados de 11 de setembro de 2001 e a conseqüente campanha contra os grupos terroristas, que incluiu a controversa invasão do Iraque em 2003.

Sob os olhos de Bush, os Estados Unidos se envolveram também em escandalosos casos de tortura - cometidos durante essa campanha contra os grupos extremistas - e uma crise econômica tão profunda que pode ser comparada apenas à Grande Depressão de 1929.

Em contrapartida, Obama chega como um agente de mudança, tal como se apresentou durante toda a campanha eleitoral que levou a sua vitória nas eleições do último dia 4 de novembro.

O presidente eleito irá jurar o cargo nesta terça-feira, ao meio-dia local, diante do Capitólio (sede do legislativo) e frente a uma multidão que a imprensa norte-americana estima será de mais de dois milhões de pessoas, muitos deles afro-americanos, que chegaram à capital para ver de perto o primeiro presidente negro em um país onde até poucas décadas atrás reinava a segregação e a violência racial.

Obama já tem pronto um gabinete que, em grande medida, surpreendeu seus seguidores mais de esquerda, já que inclui inúmeros democratas moderados e até republicanos. De fato, Obama irá iniciar seu governo com expoentes como a ex-primeira-dama Hillary Clinton - sua rival nas primárias democratas - como secretária de Estado e o republicano Robert Gates - secretário de Defesa de Bush - novamente como líder do Pentágono.

Para manejar a economia, Obama escolheu para a Secretaria do Tesouro Timothy Geithner, presidente do Federal Reserve nova-iorquino e um dos principais elaboradores do pacote de ajuda financeira de $700 bilhões ordenado por Bush para resgatar Wall Street.

Espera-se que Obama conte até o meio de fevereiro com a aprovação parlamentar para o desembolso de US$ 850 bilhões para seu próprio plano de reativação da economia. Desse dinheiro deverão sair cerca de US$ 300 bilhões para cortes nos impostos para a classe média e os fundos necessários para sustentar seu já famoso plano massivo de obras públicas, que deverá ajudar a reduzir a atual taxa de desemprego, de 7,2%.

Além disso, Obama tem a dura tarefa de restaurar a imagem de seu país no exterior, danificada pela guerra no Iraque e os casos de tortura. Espera-se que o presidente eleito envie alguns gestos de diálogo com o Irã e Cuba e que ordene o fechamento da prisão de Guantánamo, onde estão detidos cerca de 250 supostos militantes de organizações terroristas.