Óleo que atinge Nordeste pode chegar esta semana ao Espírito Santo

Por Gazeta News

Manchas do óleo vazado há meses nas águas do litoral brasileiro foram encontradas em Nova Viçosa, no sul da Bahia, e estão a menos de 50km da costa do Espírito Santo. Técnicos avaliam que os ventos aumentam os riscos e facilitam a chegada do material que pode acontecer ainda esta semana, segundo relatório do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que avalia que a mancha pode chegar até o norte do Rio de Janeiro. Óleo atinge todo o litoral do NE e Marinha notifica navios-tanque de 10 países Na divisa da Bahia com o Espírito Santo, na localidade conhecida como Riacho Doce, a expectativa já existe e a população se prepara para conter e realizar a limpeza das praias. "Nós aqui no Espírito Santo precisamos estar preparados para mitigar os impactos da mancha. Já há equipes capacitadas em Conceição da Barra, São Mateus, Linhares, Aracruz e Fundão. É importante ter esse preparo, porque os estudos feitos até agora mostram que os impactos não são permanentes, já que o óleo ele chega às praias em placas, facilitando a remoção. O perigo maior é que os fragmentos dessas placas cheguem até os rios, onde há mais pedras e essa remoção se torna mais difícil", afirma o superintendente regional, Diego Libardi. Como existem correntes de inversão próximas da divisa da BA com o ES que podem afastar esse material da costa ou corais que podem absorver esse conteúdo em Abrolhos, há a possibilidade de o óleo não atingir diretamente as praias capixabas. Mesmo que chegue, segundo o INPE, a tendência é que venha em menor quantidade, já bem fragmentado. Quanto ainda tem de óleo para chegar? Ainda não se sabe a quantidade de óleo que pode chegar nas praias. De acordo com o comandante de Operações Navais da Marinha, Leonardo Puntel, o volume de manchas tem diminuído, mas “dizer o quanto óleo ainda tem é muito difícil falar”. “Como o óleo vem submerso, nós não sabemos se ainda existe muita coisa ou pouca coisa. Não existe efetivamente uma maneira correta e precisa para monitorar essas manchas de óleo”, afirmou. Dos nove estados do Nordeste, no último domingo, apenas três contavam com registros de manchas, segundo autoridades da Marinha. De acordo com Puntel, o cenário mostra “um arrefecimento real estatístico da quantidade de óleo nas praias”. “Há mais de cinco dias que não chega óleo nenhum em Pernambuco”, pontuou. A PF estima que 2,5 mil toneladas de óleo foram derramadas no oceano pelo navio Bouboulina, o petroleiro de bandeira grega que, segundo procuradores da República, teria derramado o petróleo a cerca de 700 km da costa do Brasil entre 28 e 29 de julho, depois de ser abastecido com óleo da Venezuela. Mais de 4 mil toneladas de óleo já foram recolhidas em todos os locais afetados, entre praias, mangues e rios até o momento. Isso porque, explicou a Marinha ao HuffPost, assim que despejado no oceano, o óleo já muda de densidade, o que altera o peso. Além disso, em contato com a areia, grãos também acabam recolhidos e pesam mais. Multa de milhões Na semana passada, uma operação da Polícia Federal e do Ministério Público Federal apontou o navio grego Bouboulina, de propriedade da Delta Tankers, como o mais provável responsável pelo derramamento. A empresa, entretanto, nega responsabilidades. Na segunda-feira, 4, a Polícia Federal informou que essa empresa será notificada via Interpol para que possa se manifestar sobre as investigações. Os responsáveis pelo desastre podem receber multas de até R$ 50 milhões cada uma. Com informações da Folha Vitória e HuffPost Brasil.