Os presidentes da Geórgia, Mikhail Saakashvili, e do Azerbaijão, Ilham Aliev se reuniram em Baku antes da inauguração
O petróleo vai começar a fluir do Mar Cáspio diretamente ao Mediterrâneo pela primeira vez.
No Afeganistão, nesta quarta-feira, haverá uma cerimônia de inauguração do oleoduto de 1,6 mil quilômetros que passa pela Geórgia e Turquia, até o porto turco de Ceyhan.
O oleoduto custou US$ 3,6 bilhões (cerca de R$ 7,3 bilhões) e foi construído por um consórcio liderado pela companhia de petróleo britânica British Petrolium, que detêm 30% do projeto.
A obra demorou dez anos para ser concluída e vai abrir para o Ocidente uma das maiores reservas energéticas do mundo.
Alta qualidade
No fim dos anos 1990, as obras do oleoduto foram aceleradas depois que a BP fez novas descobertas de petróleo no Azerbaijãp e os preços do produto começaram a subir.
Além da BP, participaram do consórcio a estatal de petróleo do Azerbaijão, Socar, e as empresas Amerada Hess, ConocoPhillips, Eni, Inpex, Itochu, Statoil, Total, TPAO e Unocal.
O petróleo sai de campos de petróleo muito ricos da região que era dominada pela União Soviética.
A região do Cáspio produz um petróleo leve de alta qualidade, mas sofria com a dificuldade de fazer chegar o produto aos mercados na Europa, nos Estados Unidos, na China e no Japão.
Até a construção desse oleoduto, os países da região exportavam quase todo seu petróleo por meio de oleodutos russos.
Segurança
O secretário de Energia dos Estados Unidos, Sam Bodman, negou que o oleoduto é uma tentativa de excluir a Rússia no transporte de petróleo.
"Certamente não é assim que vemos isso", disse ele a repórteres em Moscou, pouco antes de embarcar para Baku, capital do Afeganistão.
"Vemos isso como um passo significativo na direção da segurança energética da região."
No futuro, até 1 milhão de barris por dia vão passar por baixo da terra na direção dos principais mercados consumidores.
Serão necessários, porém, muitos meses apenas para encher o oleoduto que tem uma capacidade para 10 milhões de barris.
Segundo a repórter da BBC Emma Simpson, que está em Baku, para grandes consumidores de energia como os Estados Unidos que procuram diversificar suas fontes, essa é uma fonte estratégica de petróleo que não vem da Rússia ou do Oriente Médio.
No entanto, Simpson observa que há riscos. O oleoduto passa por áreas voláteis do Cáucaso e vai requerer constante vigilância para impedir ataques.
Houve protestos sobre o impacto do oleoduto sobre o meio ambiente.
Inicialmente, o petróleo sairá integralmente do Azerbaijão, mas o Cazaquistão deve participar do projeto antes do fim da década.+