OMS classifica carne processada como alimento cancerígeno

Por Gazeta News

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[caption id="attachment_95943" align="alignleft" width="300"] Carnes processadas, como salsicha, presunto, linguiça, hambúrguer e bacon, são cancerígenas, segundo OMS.[/caption]

Carnes processadas – como salsicha, presunto, linguiça, hambúrguer e bacon – foram classificadas como alimentos cancerígenos para seres humanos, conforme divulgado na última semana, pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Já a carne vermelha, incluindo partes do boi, porco, carneiro, bode e cavalo, foi inserida no Grupo 2, classificada como alimento de provável risco cancerígeno.

A decisão foi tomada pela Agência Internacional de Pesquisa do Câncer (IARC, na sigla em inglês) e levou em consideração evidências de que o alto e frequente consumo de carne processada provoca câncer colorretal. “Especialistas concluíram que, para cada porção de 50 gramas desse tipo de carne consumida todos os dias, o risco de câncer colorretal aumenta em 18%”, alertou a agência.

As classificações foram definidas com base em mais de 800 estudos que tratam da associação de cerca de 12 tipos de câncer ao consumo de carne vermelha ou de carne processada em países e populações de dietas variadas. As evidências mais fortes, segundo a IARC, vieram de um grupo de estudo conduzido nos últimos 20 anos.

Ainda de acordo com a agência, braço da OMS, as descobertas reforçam a orientação do consumo limitado de carne entre humanos, sem deixar de levar em consideração que o alimento tem valores nutricionais.

“Os resultados confirmam as recomendações de saúde pública atuais para que se limite o consumo de carne”, acrescentou Christopher Wild, diretor da IARC.

Os vegetarianos saudaram este informe, que parece confirmar suas crenças. “Quantas advertências adicionais de saúde devemos receber para nos darmos conta de que a proteína animal não é boa para nós?”, questionou Jasmijn de Boo, da britânica Vegan Society.

Quantidades razoáveis. Especialistas da França e da Grã-Bretanha, consultados pela “AFP”, estimaram que tudo é uma questão de quantidade. Pode-se continuar consumindo carne vermelha, afirmam, desde que a quantidade não supere os 500 gramas por semana e se busque eliminar as processadas da alimentação diária.

O instituto americano da carne (NAMI) criticou o relatório da OMS por considerar que constitui um “desafio ao senso comum”.

Os autores do informe, acusa a NAMI, “trituraram os dados para chegar a um resultado específico”.

Segundo a vice-presidente do NAMI, Betsy Booren, como parte da dieta mediterrânea, Espanha, Itália e França consomem grandes quantidades de presunto ou salames e “ostentam algumas das expectativas de vida mais longas do mundo e excelente saúde”.

Ian Johnson, pesquisador de dietas radicado na Grã-Bretanha, afirmou não existirem provas de que os vegetarianos do seu país “tenham um risco menor de contrair câncer de cólon que os carnívoros”.

Com informações da “Agência Brasil” e “AFP”.