Onda de violência gera troca de acusações entre PT e oposição.

Por Gazeta Admininstrator

O Partido dos Trabalhadores contra-atacou nesta quinta-feira (13) a declaração do presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), que sugeriu a existência de uma suposta ligação entre os petistas e a facção criminosa PCC.

O presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), criticou Bornhausen dizendo que seus comentários tinham sido oportunistas.

"Lamento que um senador da República aja de forma tão irresponsável e golpista, usando do oportunismo em um assunto de tamanha gravidade como a crise e a violência que se alastra no Estado de São Paulo", diz a nota assinada por Berzoini.

Ricardo Berzoini também afirma que Bornhausen foi leviano ao "relacionar a imagem de um partido democrático e comprometido com a luta do povo brasileiro com a de uma organização criminosa que preocupa toda a população do Estado".

"O PT rechaça essa declaração e se solidariza com o povo paulista, que sofre hoje com a falta de gestão do Sistema Carcerário e da Segurança Pública de São Paulo".

As declarações de Bornhausen desencadearam uma grande reação dos petistas e integrantes da base aliada. O ministro Tarso Genro (Relações Institucionais) que o presidente do PFL quer faturar em cima da crise da segurança pública de São Paulo. "Eu acho que são declarações que não merecem resposta, porque são de um quilate tão rebaixado, de uma postura tão autoritária e tão caluniosa."

Já o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) disse que qualquer eventual elo entre a criminalidade e a política não envolve o PT e sim o PFL. "Se há ligação dos responsáveis pelo volume de criminalidade no Brasil, ela é de pessoas que até hoje foram responsáveis inúmeras vezes nos últimos anos, inclusive o PFL, pelos governos que não conseguiram construir uma situação de tranqüilidade no Brasil."

O presidente da Câmara, deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP), por sua vez, criticou o uso político da onda de violência em São Paulo. Sem citar o presidente do PFL, Aldo disse que "acusar A ou B não vai resolver o problema".

"Quem buscar dividendos disso [da crise] não vai colher nem segurança nem votos. Não é com acusações de um partido contra o outro que o problema vai ser resolvido", ponderou.

Já o candidato do PT ao governo de São Paulo, o senador Aloizio Mercadante, responsabilizou a gestão tucana pela crise na segurança pública do Estado. Segundo ele, a onda de violência que voltou a atingir o Estado é resultado da política equivocada adotada nos últimos 12 anos, numa referência aos governos de Mário Covas e Geraldo Alckmin.

"Isso é resultado de 12 anos de equívocos e portanto não há resposta imediata", disse Mercadante, que participa hoje de uma missa em memória dos agentes penitenciários assassinados.