Ondas de calor ficarão ainda mais intensas no hemisfério norte, diz estudo

Por Gazeta News

[caption id="attachment_188198" align="alignleft" width="438"] Banhistas se refrescam perto da Torre Eiffel, em Paris. Foto: Charles Platiau - Reuters via RTP.[/caption] Um estudo publicado nesta segunda-feira, 19, pela "Nature Climate Change", liderado por cientistas da Universidade Humboldt de Berlim, usou análise estatística para prever um cenário 2ºC acima da temperatura média registrada nos anos pré-industriais. Ou seja: haverá períodos de mais calor, mais seca e mais chuvas nos próximos anos. “O clima extremo se tornaria mais persistente – períodos quentes e secos, bem como dias consecutivos de chuva forte seriam mais longos”, afirmou Peter Pfleiderer, pesquisador da universidade de Berlim. O estudo analisou as mudanças no sistema climático do hemisfério norte que podem estar gerando um clima mais extremo. Durante a onda de calor de 2018 na Europa, por exemplo, vários períodos quentes e secos levaram a perdas de 15% no rendimento do trigo na Alemanha. Onda de calor pode atingir 48ºC na Europa Nos Estados Unidos, os últimos 12 meses foram os mais chuvosos já registrados, com grandes áreas paralisadas por chuvas contínuas e inundações. De acordo com as novas descobertas, a chance de períodos quentes prolongarem-se por mais de duas semanas em um mundo 2ºC mais quente aumentará em 4% em relação a hoje, com aumentos ainda maiores no leste da América do Norte, na Europa central e no norte da Ásia. Condições similares à seca com mais de 14 dias de duração se tornarão 10% mais prováveis na região central da América do Norte. Uma prévia do cenário deste estudo alemão foi sentida nos últimos meses de junho e julho europeus. Pelo menos oito países quebraram a máxima histórica neste verão: Reino Unido (38,7ºC), Alemanha (41,7ºC), Bélgica (41,8ºC), França (45,9ºC), Luxemburgo (40,8ºC), Países Baixos (40,7ºC), Holanda (40,4ºC) e Escócia (31,6º). Portugal teve a temperatura mais alta registrada em 26 verões. Em Lisboa, foram 44ºC. Em Alvega, no distrito de Santarém, os termômetros chegaram a marcar 46,8ºC. Aquecimento global As emissões de gás carbônico bateram recorde em 2018, na contramão das metas internacionais para diminuir a temperatura da Terra. A Sociedade Americana de Meteorologia mostra que a liberação de gás carbônico e outros gases, como metano e dióxido nitroso, continua aumentando. A consequência: um efeito de aquecimento 43% maior do que em 1990. Além da emissão de gases poluentes, há o efeito cascata, causado pelo degelo das calotas polares. Elas diminuem de tamanho devido ao calor e refletem menos a radiação solar. Metade das geleiras do Patrimônio Mundial das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) podem desaparecer. Documento publicado em abril deste ano prevê que até 21 das 46 geleiras terão desaparecido em 2100, se o nível de emissões permanecer o mesmo. Entram na lista Parque Nacional de Monte Perdido, nos Pireneus (Espanha e França); Parque das Geleiras na Argentina; e outros populares destinos naturais como os Alpes, as Montanhas Rochosas (Estados Unidos e Canadá) e o Himalaia (Nepal). Com informações do jornal RTP e G1.