Ônibus e metrô devem voltar a circular até amanhã em Nova York

Por Gazeta Admininstrator

A greve de metrô e ônibus em Nova York terminou nesta quinta-feira, após três dias de paralisação, depois que o conselho da União dos Trabalhadores dos Transportes (UTT) concordou com que os funcionários voltem ao trabalho.

A expectativa é que os ônibus voltem a circular ainda esta noite. O metrô deve retornar ao funcionamento na manhã desta sexta-feira.

"Eu estou pronto para voltar ao trabalho ainda hoje, se me permitirem", afirmou o motorista de ônibus Ralph Torres, logo após o anúncio do fim da paralisação.

Os líderes da UTT decidiram pelo final da greve depois de negociações com as autoridades da área dos transportes, que concordaram em rever as reivindicações dos trabalhadores do setor.

Cerca de 34 mil funcionários entraram em greve na terça-feira (20) após o fracasso das negociações a respeito de salário, assistência médica e benefícios, deixando sem transporte os cerca de 7 milhões de passageiros que utilizam diariamente o metrô nova-iorquino.

"Agradecemos a população pela paciência", afirmou Roger Toussaint, presidente da UTT.

Transtorno

A greve forçou milhões de moradores e turistas, às vésperas do Natal, a tomar táxis, andar de bicicleta ou até mesmo de patins pelas ruas da cidade, sob uma temperatura de cerca de 5º C abaixo de zero. No entanto, a paralisação não chegou a causar na cidade o grande caos que era esperado.

"A calma prevaleceu", afirmou o prefeito, Michael Bloomberg. "Nós passamos pelo teste. Nós fizemos o que era necessário para manter a cidade em movimento, e de forma segura."

O governador do Estado, George Pataki, alertou que não existe possibilidade de anistia para os trabalhadores que foram penalizados com multas. "As multas não podem ser suspensas. Elas não serão suspensas", afirmou.

Prisão

A paralisação foi a primeira a atingir a cidade em 25 anos. Os funcionários deixaram seus postos, em violação a uma lei estadual que proíbe que os trabalhadores do setor entrem em greve.

O final da greve foi anunciado minutos antes do fim do prazo estipulado pela Justiça para que o presidente da UTT, Roger Toussaint, e outros dois líderes do sindicato se apresentassem a uma corte no Brooklyn, para responderem à acusação por manterem a greve, em desrespeito a uma decisão judicial.

O juiz Theodore Jones, da Suprema Corte de Justiça de Nova York, afirmou ontem que considerava a possibilidade de prender os três líderes sindicais caso a greve prosseguisse. Jones já impôs uma multa de US$ 1 milhão por dia de greve à UTT, mas a medida foi suspensa devido a recurso do sindicato.

A reação nas ruas de Nova York com o final da greve era unânime. "Estou feliz que tenha acabado. Eu achei que não conseguiria deixar a cidade para passar o Natal na Virgínia', afirmou a estilista Christina Turner.

"Estou em êxtase que acabou, mas ainda estou revoltada que a greve tenha acontecido", afirmou Jessica Cunningham, 21, que estava de férias na cidade. "Eu realmente acho que eles decidiram fazer a greve nesse período para prejudicar a semana antes do Natal".