ONU acusa EUA de uso excessivo de força na fronteira com o México

Por Gazeta News

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Os Estados Unidos estão usando força excessiva contra os imigrantes na fronteira com o México e devem colaborar com a investigação das mortes, muitas delas de jovens, na região, anunciou as Nações Unidas (ONU) no dia 18. Com informações da Reuters e Associated Press.

“Ocorreram muitas mortes de jovens e adolescentes na fronteira”, declarou Navi Pillay, alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos. “As informações que tenho é de um uso desmedido de força por parte das patrulhas fronteiriças para garantir as leis de imigração”, acrescentou. Além da brutalidade policial, as Nações Unidas denunciaram a falta de cooperação das autoridades norte-americanas na investigação de homicídios na região.

O pronunciamento da ONU responde ao último incidente que aconteceu na fronteira no dia 10 de outubro e matou Jose Antonio Elena Rodriguez, de 16 anos, com mais de sete tiros nas costas. A Patrulha de Fronteira dos Estados Unidos teria atirado contra um grupo que jogava pedras nos agentes depois de ter deixado drogas em solo americano.

Para a comissária da ONU, o uso irracional de armas mortais em operações de controle de imigração é “inaceitável sob qualquer circunstancia”. “É imprescindível que o governo dos dois países [México e Estados Unidos] investigue e puna os responsáveis pelos crimes”, acrescentou Pillay.

A representante da ONU também defendeu  que as vítimas e as suas famílias possam recorrer à Justiça.

Mais vítimas Nos últimos anos, vários mexicanos foram vítimas da patrulha de fronteira norte-americana. A agência de notícias Associate Press (AP) lista, por exemplo, Anastacio Hernandez, 32 anos, espancado até a morte ainda algemado, em San Ysidro, há dois anos. Em março de 2011, um traficante de maconha, Carlos la Madrid, 19 anos, foi atingido por quatro tiros  quando tentava chegar ao México, pulando o muro. Em julho, outro imigrante foi morto a tiro perto do Rio Grande em Brownsville, no Texas. No caso mais recente, ocorrido em 2 de outubro, Valeria Alvarado, 32 anos,  foi assassinada a tiros pelo agente que ela atropelou. Valeria tinha cinco filhos.

Desde 2010, e ainda segundo a AP, dois agentes foram mortos. Brian Terry, de 40 anos, e Nicholas Ivie, de 30. O primeiro foi atingido por um atirador mexicano, enquanto que o segundo teria sido vítima de “fogo amigo” durante o patrulhamento de um corredor  conhecido pelo narcotráfico perto de Naco, no Arizona.