ONU responsabiliza governo sírio por atrocidades em Aleppo

Por Daniel Galvão

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Cenas de terror se multiplicam nos boletins das principais emissoras de TVs do mundo, bem como nas redes sociais. Nelas, crianças, mulheres e homens ensanguentados, com semblantes de pavor e desesperança. Tudo graças ao genocídio provocado em Aleppo, na Síria, sob as barbas das autoridades locais. O mundo assiste, perplexo, a mais uma tragédia humanitária no Oriente Médio.

Nos últimos dias, o medo aumentou ainda mais por causa de relatos de atrocidades cometidos contra civis pelas forças do governo do presidente Bashar Al Assad. É o que garante a imprensa mundial, como a revista americana "Time". Não bastasse isso, um vídeo da AJ+, um novo canal de notícias digitais da emissora Al Jazeera, mostra o desespero dos moradores de Aleppo. O vídeo mostra corpos espalhados pelas ruas após bombardeio do governo.

Por uma rede social, moradores denunciaram que os soldados estão matando civis. A síria Bana Alabed, que mora na área leste de Aleppo, postou no Twitter sobre os intensos ataques do governo contra as áreas controladas pelos rebeldes. "Querido mundo, há um bombardeio intenso agora. Por que vocês estão em silêncio? Por quê? Por quê? Por quê?". O questionamento foi feito na quarta-feira, mas até agora não há resposta efetiva.

A não ser um pronunciamento do comissário da ONU para Direitos Humanos, Zeid Ra'ad al Hussein. "O governo sírio tem uma clara responsabilidade de garantir que seu povo esteja seguro e está fracassando em aproveitar esta oportunidade para fazê-lo". Ele frisou ainda que as autoridades do páis também estão obrigadas pelo direito internacional a prestar assistência médica a todos os doentes e feridos, civis e combatentes igualmente.

Para piorar ainda mais o cenário de caos e destruição em Aleppo, moradores do leste da cidade síria estão pedindo permissão a religiosos para que os pais possam matar as filhas, mulheres e irmãs antes que elas sejam capturadas e estupradas pelas forças do regime de Bashar al-Assad, da milícia libanesa do Hezbollah ou do Irã.

Na Internet, esses relatos ganharam força com a reprodução da carta de uma enfermeira explicando por que havia escolhido o suicídio diante da possibilidade de “cair nas mãos de animais do Exército sírio”. Leia abaixo o texto creditado a uma mulher síria que não teve o nome divulgado e publicado pelo jornal inglês “Metro” e compartilhado por um homem chamado Abdullateef Khaled.

“Sou uma das mulheres em Aleppo que em breve serão violadas. Não há mais armas ou homens que possam ficar entre nós e os animais que estão prestes a vir, o chamado Exército do país. Eu não quero nada de você. Nem mesmo suas orações. Ainda sou capaz de falar e acho que a minhas orações são mais verdadeiras do que as suas. Tudo o que peço é que não assuma o lugar de Deus e me julgue quando eu me matar. Eu vou me matar e não me importo se você me condenar ao inferno! Estou cometendo suicídio porque não quero que meu corpo seja alguma fonte de prazer para aqueles que sequer ousavam mencionar o nome de Aleppo dias atrás. E quando você ler isso saiba que eu morri pura apesar de toda essa gente”.

Aqui outro depoimento de um síria divulgado nas redes sociais: