Operação Piratas do Caribe: preso suspeito de atravessar crianças ilegalmente para os EUA

Por Gazeta News

image Policia Federal
[caption id="attachment_135467" align="alignleft" width="387"] Lucirlei Cáritas e a esposa estavam no grupo desaparecido nas Bahamas em 2016. Foto: arquivo pessoal.[/caption] Na 3ª fase da Operação Piratas do Caribe, a Polícia Federal (PF) prendeu nesta quarta-feira, 18, em Ji-Paraná (RO), um homem responsável por enviar crianças e adolescentes brasileiros de forma clandestina até os Estados Unidos. Dois mandados de prisão foram autorizados pela Justiça e a PF tenta prender um segundo suspeito que trabalha como coiote nas Bahamas, segundo o comunicado. Foram cumpridos três mandados de buscas e apreensão feitos no Brasil e no exterior. Esta nova etapa da operação tem apoio da Cooperação Jurídica das Bahamas e da polícia dos Estados Unidos, além do apoio da Immigration and Customs Enforcement (ICE). Segundo a PF, o responsável trazia os menores de idade para os EUA usando o esquema conhecido como "Cai Cai" – usando a travessia de adultos ilegalmente acompanhados de crianças ou adolescentes. A tática é usada para que esses adultos não sejam imediatamente deportados. A primeira fase da Piratas do Caribe foi feita em janeiro de 2017, quando a PF desarticulou uma ramificação brasileira de uma organização criminosa que transporta brasileiros de forma ilegal ao exterior, principalmente para Estados Unidos passando pelas Bahamas. Ainda está sob investigação e a PF busca mais elementossobre o desaparecimento de 12 brasileirosem novembro de 2016, quando estes tentavam a travessia pelo oceano através das Bahamas/EUA. Também foi pedido o sequestro de bens dos coiotes para ressarcir o dano causado às famílias das vítimas. “Grupo desaparecido nas Bahamas embarcou para a travessia”, afirma a PF 30 crianças por ano pela fronteira A PF divulgou também que estima que a organização criminosa ora atingida movimentou nos últimos anos mais de 25 milhões de reais e envia por ano uma média de 150 adultos e 30 crianças e/ou adolescentes para tentar o ingresso ilegal nos EUA. No curso da investigação, foi ainda constatado que diversos brasileiros transportados pelo grupo acabaram morrendo enquanto tentavam a travessia, inclusive com suspeita de homicídios. Conforme a PF, a organização criminosa gerenciada pelo suspeito de Ji-Paraná cobrava cerca de R$ 60 mil reais para transportar adultos e crianças até o solo americano. Antes de sair do Brasil, os imigrantes ficavam em cidades com aeroportos internacionais de fácil acesso. Nos locais eles aguardavam a ordem de embarque para Bahamas. Esta autorização acontecia quando um agente de imigração daquele país facilitava a entrada dos brasileiros. Ao chegar nas Bahamas, os imigrantes aguardavam por vários dias para tentar fazer a travessia de barco e assim entrarem clandestinamente nos Estados Unidos. A PF, durante as investigações, constatou que vários brasileiros transportados pelo grupo morreram afogadas quando tentavam a travessia por água. Há suspeita que alguns dos imigrantes também foram assassinados. Um morador de Rondônia chegou a morrer durante a travessia. Leia mais sobre a Operação Piratas do Caribe em Famílias de brasileiros desaparecidos nas Bahamas vivem drama PF realiza Operação ‘Piratas do Caribe’ para prender ‘coiotes’ “Grupo desaparecido nas Bahamas embarcou para a travessia”, afirma a PF Itamaraty fala sobre investigação dos brasileiros desaparecidos nas Bahamas