Opinião: Os 'patinhos feios' do Rio

Por Daniel Galvão

cabral

As prisões dos ex-governadores Anthony Garotinho (PR) e Sérgio Cabral (PMDB), nesta quarta e quinta-feiras (dias 16 e 17/11), são apenas mais um triste capítulo da novela da corrupção generalizada que assola o país. É o retrato do caos de um Estado, que um dia foi a capital do país, e que hoje testemunha a pior crise econômica de sua história, com corte nos direitos de servidores e aumentos de impostos sendo discutidos como 'solução' num pacote de medidas que mais parece uma caixa de presente de grego.

O primeiro preso pela Polícia Federal foi Garotinho. Secretário de Governo da Prefeitura de Campos, comandada pela própria mulher, a ex-governadora Rosinha (PR), o ex-deputado federal está sendo acusado de compra de votos nas últimas Eleições através do uso de programas sociais. Para ser mais exato, com um cheque de R$ 200 distribuído a famílias de baixa renda. O problema é que em dois meses, o número de beneficiados subiu de 13 mil para 30 mil pessoas.

Já o segundo, que chegou ao poder no Estado graças ao apoio, na época, do Garotinho - de quem se tornou inimigo com o passar do tempo -, é mais um dos políticos acusados na Operação Lava Jato de receber milhões em propinas de empreiteiras que faziam obras no Rio. Cabral, aliás, ficou imortalizado numa foto onde, junto com outros integrantes de seu staff e donos de empreiteiras, aparece em 2009 fazendo uma verdadeira farra em Paris com lenços de papel na cabeça.

Não sabemos ainda onde tudo isso vai parar. Mas, o que se tem certeza é que o cidadão fluminense e brasileiro, de maneira geral, foi roubado anos a fio, fez papel de palhaço e era apenas marionete de um circo de horrores. O Estado do Rio de Janeiro se tornou hoje vergonha nacional e chacota mundial tendo dois de seus ex-governantes máximos presos pelo mesmo motivo. O atual governador, Pezão (PMDB), vale lembrar, sempre foi fiel escudeiro de seu antecessor. Resta saber, se desta Rio poluído sairão mais 'patinhos feios'.