Não basta colocar laço rosa, é preciso se autoexaminar

"A mulher deve realizar a autopalpação/observação das mamas sempre que se sentir confortável, seja no banho ou no momento da troca de roupa".

Por POR Arlaine Castro

Arlaine

Chegou outubro. E mais importante do que aderir à campanha "Outubro Rosa", é fazer o autoexame. Diariamente. Com números extremamente altos entre as mulheres, o câncer de mama ainda é um medo. E sim, ainda mata.

O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima que para cada ano do biênio 2018/2019, sejam diagnosticados 59.700 novos casos de câncer de mama no Brasil, com um risco estimado de 56,33 casos a cada 100 mil mulheres. Nos EUA, entre as mulheres, houve queda na mortalidade pelo câncer de mama - que registrou declínio de letalidade de 41% de 1989 a 2016.

No mundo, os países desenvolvidos como os Estados Unidos têm uma relação de 19 mortes por câncer de mama para cada 100 pacientes diagnosticadas com a doença. Na América do Sul, essa proporção sobe para 29,8 mortes. No continente africano, a situação é ainda pior pois para cada 100 mulheres com a doença, 60 morrem.

Famosas ou anônimas

Basta olhar para o lado que percebemos ou lembramos de alguma mulher que está enfrentando o câncer. Seja famosa ou anônima. Com a doença em estágio quatro, a atriz e cantora australiana Olivia Newton-John, de 71 anos, afirmou que vai viver mais do que as estatísticas costumam indicar. A estrela de Grease: Nos Tempos da Brilhantina (1978) enfrenta pela terceira vez a doença. Em 1992, foi diagnosticada pela primeira vez e superou a doença. Em 2013, ela descobriu um tumor no ombro. Em 2018, a atriz revelou que voltou a desenvolver um câncer de mama. "Eu sei quais são as estatísticas, mas as deixei para lá. Vou viver mais do que isso. Eu tomei essa decisão", disse em entrevista ao programa CBS This Morning.

No Brasil, uma das famosas que também passou pela luta é a apresentadora Ana Furtado. Descoberto em 2018, ela terminou o tratamento, se diz recuperada e tem feito campanhas de conscientização sobre a doença.

A importância

do autoexame

O câncer de mama é resultado da multiplicação anormal e desordenada de células da mama, formando um tumor. Esse comportamento das células é provocado por uma alteração genética, que pode ser herdada (o que ocorre apenas em cerca de 10% dos casos) ou espontânea, provocada ao longo da vida, explica a organização que luta em prol do combate à doença -FEMAMA.

Também, o site do INCA destaca a política de alerta à saúde das mamas e a importância do diagnóstico precoce para orientar a população feminina sobre as mudanças habituais das mamas em diferentes momentos do ciclo de vida e os principais sinais do câncer de mama.

"A orientação é que a mulher realize a autopalpação/observação das mamas sempre que se sentir confortável para tal (seja no banho, no momento da troca de roupa ou em outra situação do cotidiano)".

Segundo o Instituto, a maior parte das mulheres com câncer de mama identificou o câncer por meio da palpação ocasional em comparação com o autoexame (aproximadamente 65% das mulheres identificam o câncer de mama casualmente e 35% por meio do autoexame mensal).

Por isso, a detecção precoce do câncer de mama consiste na realização de exames que têm como objetivo garantir que a doença seja detectada o mais rápido possível, em sua fase inicial. Geralmente, muitas mulheres conseguem detectar alguma alteração em um simples autoexame.

Assim, para ajudar de alguma forma a reduzir o número de mulheres acometidas pela doença, espalhar por aí que não é legal fumar, que é importante reduzir a ingestão de álcool e fazer exames periódicos, especialmente quem já passou dos 40 anos, é a melhor forma de participar de verdade do "Outubro Rosa"!