Esperança em avanços no combate ao tráfico humano

O tráfico de pessoas afeta 4,5 milhões de pessoas no mundo, 98% das vítimas sendo mulheres e crianças levadas para exploração sexual, segundo Relatório Global.

Por POR | Arlaine Castro

Arlaine

Milhares de pessoas se tornam vítimas do tráfico humano diariamente. Mulheres e crianças são os principais alvos e a exploração sexual é a finalidade-mor. Mas como combater um "negócio" aparentemente lucrativo, que rendeu mais de 31,6 bilhões de dólares do comércio internacional por ano em 2015, segundo a Organização das Nações Unidas, e que envolve todo tipo de pessoa (com poder e dinheiro ou não) em diferentes pontos do mundo?

É também considerada uma das atividades de maior crescimento das organizações criminosas transnacionais. Ao colocar as palavras tráfico humano no Google, o primeiro link que aparece são dados e informações compilados na Wikipedia e que assustam. Como de um Relatório Global sobre Tráfico Humano 2018, apresentado em janeiro deste ano em Viena, na Áustria, que analisou cerca de 24 mil casos documentados em 2016 em 142 países, e apontou que a exploração sexual (59%) continua sendo o crime mais frequente desta escravidão "do século XXI", seguido pelo trabalho forçado (34%).

Assustam também os objetivos. Frequentemente o tráfico de pessoas tem como finalidade a escravidão sexual, trabalho forçado ou exploração sexual comercial, tráfico de drogas ou outros produtos; extração de órgãos ou tecidos, incluindo para uso de barriga de aluguel e remoção de óvulos; ou ainda para cônjuge no contexto de um casamento forçado.

Facilitar a cooperação internacional na investigação e repressão desse tipo de tráfico além de proteger e assistir às vítimas do tráfico humanos, com pleno respeito pelos seus direitos, está estabelecido na Declaração Universal dos Direitos Humanos.

"O tráfico de pessoas é condenado como uma violação dos direitos humanos por convenções internacionais e está sujeito a uma diretiva da União Europeia", aparece escrito no portal. As Nações Unidas reconhecem no Protocolo para a Prevenção, Repressão e Punição ao Tráfico de Pessoas, em especial Mulheres e Crianças (também referida como o Protocolo do Tráfico), um acordo internacional no âmbito da ONU Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional, que entrou em vigor em 25 de Dezembro de 2003.

Essa atividade ilegal afeta 4,5 milhões de pessoas no mundo e 98% das vítimas são mulheres e crianças.Por isso, é preciso que ferramentas que ajudem quem luta contra o tráfico de pessoas avancem na prática.

Como a gigante da tecnologia IBM que disponibilizou uma tecnologia de Inteligência Artificial gratuita para que bancos, órgãos policiais e ONGs possam identificar e interromper esquemas criminosos desse tipo.

Lançada no dia 6 deste mês, pela plataforma "Traffik Analysis Hub" (TA Hub), entidades e organizações que lutam contra o crime irão gerar e compartilhar informações e ideias a partir da análise de dados. O Hub TA poderá rastrear notícias e redes sociais públicas e, em seguida, correlacionar eventos e tendências com informações que os membros do consórcio estão investigando, como fraudes bancárias. Estima-se que o mercado ilícito de tráfico de seres humanos mova mais de 150 bilhões de dólares em todo o mundo.

Um outro bom exemplo a ser seguido mundialmente é o da Flórida que se firmou como o primeiro estado a ensinar prevenção de tráfico humano nas escolas. Essa deve ser até então, uma das medidas mais reais de prevenção. Porque, antes de tudo, é preciso dar à população o conhecimento. Especialmente para as crianças para saberem o que é o tráfico de pessoas e que ele existe em toda parte. Talvez, sabendo do perigo que corre ao aceitar uma bala de um estranho no parquinho ou na porta da escola, ela vá entender e não será mais uma na estatística.

Referências: Wikipedia, ONU e InforChannel.